Para fazer um breve comentário a respeito do
Encantado Baiano Grande, falemos da Família em primordial, pois de nada adianta falar de um caboclo isoladamente sem falar da família:
CABOCLOS BAIANOS: São os caboclos baianos também popularizados
através da umbanda, mas o tambor – de – mina não os reconhece como originários
do estado da Bahia, mas de uma baía no sentido de acidente geográfico ou de um
lugar desconhecido existente no mundo invisível. Brincalhões e muito falantes,
os baianos mostram-se sensuais e sedutores, às vezes inconvenientes. Cores:
verde, amarelo, vermelho e marrom.
Baiano Grande Constantino Chapéu de Couro – é
o pai, rei e chefe da família. Antigamente, quando descia, apresentava-se como
um vaqueiro, usando chapéu de palha grande, mas hoje em dia quase não desce,
sendo seu nome mais lembrado por seus filhos encantados que, segundo a tradição
da mina, não cantam para nenhum membro sem antes louvar o chefe da família.
Quando vem na linha de caboclo, é Baiano Grande; quando vem como nobre, é Rei
Salvador ou Rei da Baía. Este encantado ainda é muito visto nos terreiros aqui
nas bandas do Pará. Mas tem ficado raro. Chefe de Falanges, sempre muito
respeitado, porém cada vez mais ausente. Ficando a cargo de seus filhos a lembrança
as homenagens e obrigações rotineiras da religião para sempre ser lembrado e
permitir que a energia deste não desapareça dos terreiros.
Para a mina, os baianos seriam uma família de encantaria pouco difundida e com poucos membros conhecidos e que recebe festa no dia 27 de setembro, tendo na chefia Baiano Grande Constantino Chapéu de Couro, dona Chica Baiana e Baianinho. Às vezes se aproximam dos codoenses, sendo seus aparentados, em outras são parentes da família da Turquia.
Na umbanda, os baianos seriam um certo tipo, não bem definido, de caboclos nordestinos e que têm no estado da Bahia sua origem principal, algumas vezes dizendo-se pernambucanos ou paraibanos. Essas entidades são bem definidas em São Paulo, mas desconhecidas em outros estados, principalmente no Rio, onde a umbanda surgiu.
Os baianos não recebem culto no candomblé e
até os originários da umbanda que os carregam costumam despachá-los quando são
iniciados para orixá.
O baiano da umbanda fala um “baianês” estereotipado, gosta de batida de coco, come farofa com pimenta e faz magia em cocos secos com pólvora. Usa roupas que lembram os cangaceiros. Entre outros aparecem Lampião, Mestre Virgulino, Maria Bonita, Malandrinho, baiano Jerônimo, a baiana Glória, Carlão e Maria Redonda.
Na visão da Babá Helena do Caboclo Itatuité, do Rio de Janeiro, com 78 anos de idade e 56 anos de casa aberta, o baiano seria descendente do preto – velho e não do caboclo. Era bem desconhecido nos terreiros do Rio. Outras vezes seria um boiadeiro transformado. Ela afirma que na umbanda do Rio e Janeiro o forte é o caboclo, o preto – velho e o exu.
Cantigas:
Baiano
Grande Chapéu de Couro
Calcanhar
de Requeijão
Quem
te deu a confiança, baiano
de
baiar neste salão
Confiança
sempre teve
a
baia é seu lugar
valei-me
nossa Senhora
e
São José do Ribamar
II
Ele
e Baiano
Ele
arrebenta a sapucaia
E
e meu pai
Ele
arrebenta a sapucai
Ele
e da Bahia
Esse
Baiano vale ouro
Ele
da Bahia
salve
seu chapeu de couror.
III
Nossa
Senhora da Lapa
da
Lapa de Santa Cruz
Baiano
Quebra Mandiga
Nos
pés da Santa Cruz
IV
Baino
é povo bom
tem
mironga no Gongar
Mandiga
ele trás
Feitiço
no Samba
Samba
Baiano
Samba
Sinhá
Baiano
Vai embora
Levando
todos os má.
Vídeo do Youtube com Cantigas de Baianos
Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
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Mírian A. Tesserolli* [mirian uft.edu.br]