quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ervas na Umbanda



“Sem folha não tem sonho
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada

Quem é você e o que faz por aqui
Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha...”
- Salve as Folhas (Gerônimo / Ildásio Tavares)

Na liturgia e nos rituais de Umbanda, vemos o uso de ervas seja na forma de amacís, imantações, banhos de descarga, etc. Isso porque as ervas detém grande quantidade de energia vital, no elemento vegetal, que através de suas combinações podem produzir determinado efeito positivo ou negativo, como tudo que é energia no Universo.

As ervas possuem forte poder para atuarem em nossa aura, em nosso campo energético, fato este já conhecido pelos indígenas, e demais povos ancestrais que já as utilizavam para diversos fins.

Como já dito, através do uso de sua energia as ervas podem ser classificadas quanto aos seus efeitos, sejam positivos, negativos ou neutros. Diante desse conhecimento, a Umbanda utiliza-se desse elemento para desenvolver seus rituais, seus descarregos, curas ou fortalecimentos, tudo comandado pelas entidades espirituais que determinam o uso apropriado do elemento vegetal conforme o caso.

Uma das formas de utilização das ervas na Umbanda, são na forma de banho. Os banhos de descarrego são usados para eliminar vibrações negativas, limpando o perispírito de miasmas negativos, magia negativa ou mesmo da influência de obsessores. Os banhos de fixação, para adquirir vibrações positivas, vitalizando os chacras do médium de energia positiva para fortalecimento dos processos mediúnicos ou de ligação do espírito encarnado com seus guias e entidades atuantes.

O uso destes banhos são de grande importância e depende do conhecimento e uso de ervas e raízes, nas suas diferentes qualidades e afinidades, que devem entrar na composição dos mesmos, não se podendo facilitar quanto a isso.

Geralmente para banhos deve-se usar as ervas frescas, e este deve ser preparado dentro de um ritual, o qual consiste em:
1. Nunca ferver as folhas junto com a água.
2. As folhas devem ser maceradas ou quinadas e colocadas em vasilhas de louça, ágata ou potes de barro.
3. Em alguns casos, quando não houver necessidade de água quente, as ervas devem ser quinadas diretamente sobre a água.
4. É conveniente usar sempre água de boa qualidade, como pôr exemplo: água de mina, de poço ou água mineral.

Ocorre uma diferenciação, também, na forma em que se deve tomar o banho. No de descarrego, deve-se molhar do pescoço para baixo, jamais a cabeça; já no banho de fixação, este deve ser tomado de corpo inteiro. Não se deve enxugar o corpo totalmente após os banhos indicados na Umbanda, para que haja maior captação ou eliminação da energia propiciada pelas ervas usadas no banho.

Deve-se, após o banho, as ervas utilizadas serem jogadas, de preferência em lugares de água corrente, como rios ou mar.

Há banhos para todos os Orixás e Entidades e muitos banhos têm dia e hora certos para tomar.

As ervas são também usadas no ritual do amaci, Amaci é um banho de ervas que se faz no médium iniciante na Umbanda com as ervas específicas do Orixá de cabeça do médium, este banho é dado inclusive na cabeça do médium e tem a finalidade de limpar o campo astral e preparar o médium para entrar na corrente mediúnica, é uma preparação, uma espécie de primeira confirmação do médium na corrente mediúnica, é um vínculo energético do médium com o seu Orixá, com a casa e com o seu Babalorixá porque somente o Babá pode dar este banho e colocar a mão na cabeça do médium. A partir deste ponto o médium é um médium de Umbanda e está energeticamente vinculado ao seu Orixá.

Também visa propiciar ao médium maior contato com seus Orixás de Coroa, devendo o dirigente do templo colher as ervas de todos os Orixás, uma de cada pelo menos, e colocá-las quinadas dentro do preparo que será feito com as quatro águas (mar, cachoeira, chuva e fonte/mineral), com 3 (três) dias de antecedência do ritual do Amaci.

Além do amaci conforme descrito anteriormente, ao qual o médium se submete ao entrar para um templo de umbanda, anualmente é feito este ritual com a finalidade de preparar o médium para receber as energias vibrantes do terreiro, além de oferecer ao filho de fé a limpeza de seu campo áurico, bem como confirmar as entidades trabalhadoras da coroa daquele médium.

As Plantas dos Orixás se dividem em positivas, negativas ou neutras:

POSITIVAS: são ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.

NEUTRAS: são todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.

NEGATIVAS: são ervas usadas explicitamente para negativar.

A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva; a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o , 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas das 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.

Assim como as ervas são importantes para a liturgia e rituais da Umbanda, as frutas também o são, sendo escolhido o seu uso conforme o Orixá a quem se está oferecendo-as. Citamos com exemplo:

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

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