segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cantando para Bandeirantes

Família da Bandeira



O movimento dos bandeirantes, ou simplesmente bandeiras, foi um movimento iniciado em meados do século XVII. Os bandeirantes foram, praticamente, os desbravadores do Brasil. Bartolomeu Bueno da Silva, Antônio Raposo Tavares, Manuel de Borba Gato e Fernão Dias Pais são alguns dos mais famosos bandeirantes.

No início do movimento, os bandeirantes adentravam o país em busca de índios para serem escravizados. Depois que a escravidão de índios deixou de ser usual, ele passaram a procurar no interior do país metais preciosos. Foi aí que o ouro foi descoberto em Cuiabá e também em Minas Gerais. Goiás também teve suas cidades mineradoras como a antiga Vila Boa – atual Cidade de Goiás – e Pirenópolis. Os bandeirantes também capturavam escravos fugitivos que se embrenhavam dentro de matas para formar quilombos. O Quilombo dos Palmares, por exemplo, foi destruído por um grupo de bandeirantes.


Durante suas aventuras no território brasileiro, os mantimentos dos bandeirantes muitas vezes acabavam. Assim, eles eram obrigados a montar acampamentos para plantar e fazer reposição do estoque de mantimentos. Esses acampamentos davam origem a pequenos arraiais. Os arraiais formados por causa da mineração, muitas vezes desapareciam junto com a prospecção ou então davam origem a municípios.

Os bandeirantes levavam arcabuzes, bacamartes, pistolas, chumbo e pólvora, machados, facas, foices e cordas para prender e conduzir os índios escravizados. Apesar de representados, em pinturas e esculturas, como homens bem vestidos, andavam descalços, usando grandes chapéus de abas largas e gibões de algodão acolchoados para se proteger das flechas. Caminhavam em fila indiana, uma influência indígena. Durante o tempo que passavam no sertão, o alimento básico era a "farinha de guerra", feita de mandioca cozida e compactada, além do que encontrassem na mata. Dependiam da caça, da pesca, das ervas e raízes, do mel silvestre e, quando adoeciam recorriam aos recursos da flora e da fauna utilizados na "medicina" indígena, conhecidos mais tarde, em toda a Colônia, como "remédios de paulistas".

"Com o tempo, passaram a plantar roças de subsistência ao longo dos caminhos percorridos, que eram colhidas na volta ou deixadas para outras bandeiras".

I.
Meu Pai ganhou bandeira
Na mata do Araçá
Chegou caboclo em terra
Chegou sem Caçará..
Caçará Caboclo
Pedra de Itacolomi
Salve o Rei da Bandeira
E a folha do Ariri…

II.
Eu sou aquele caboclo
Que já venci trincheira
Me Chamo Caçará
Filho do Rei da Bandeira
(Pontos enviados por Erickson Lima)
———-
III.
Olho d’água
Seu Olho d’água popocou na areia
Popocou na areia
Popocou na areia do mar.
O Seu navio encalhou na areia
O Seu navio afundiou no alto mar
———-
IV.
Areinha
Eu sou aquele caboclo
Nasci em um morro de areia (bis)
Me chamo Areinha
Filho do Rei da Bandeira

V.
Princesa Iracema
Ô Irá
Ô Iracema (bis)
Sou a cabocla guerreira
Sou a Cabocla Iracema (bis)
Senhora Dantã
Ô lá vem Dantã

VI.
Vestida da cor de pavão
Como ela vem tão bonita
Com a borboleta na mão.

———-
VI.
Caboclo Serraria
Terra de caboclo
É uma grande encantaria (bis)
Lá vem caboclo
Lá da Serraria (bis)

VII.
Princesa Iracema
Quem quizer viver sobre a terra
Quem quizer viver sobre o mar (bis)
Salve a Princesa Iracema
Salve a sereia do mar (bis)

———-
VIII.
Abitaquara
Abitaquara é guerreiro
Guerreiro que sabe guerrea
Ele é filho da Bandeira
Bandeira, bandeira imperial.
———-
IX.
Cabocla Ita
Ô Ita
Companheira Ita
Ô Ita
Vamos pelejar (bis)
No mar já não tem canoa
Passarinho avoa
Passo avuadoor (bis)
____-

X.
Eu vou fazer uma viagem
Uma viagem de vapor
Na Ilha dos Carangueijos
Cabocla Ita se encantou
Andei, andei minha senhora
E acá cheguei .
(Pontos enviados por Salomão)
______-
XI.
Caboclo do Munir
Eu sou caboclo que vem do Munir (bis)
Ôh caboclo é feio, anda sozinho. (bis)
______ -

XII.
Caboclinho
Numa raiz de coral
Foi aonde eu nasci (bis)
Sou eu Caboclinho sou eu
Da praia do Ariri. (bis)

_______-
XIII.
Cabocla Ita
Na minha adeia mora uma Cabocla
Todos dizem que é homem,
Mas ela é muher (bis)
Ela é a Cabocla Ita
Da pena cinzenta
Mora na aldeia de Tapindaré. (bis)
(Pontos enviados por Salomão)

Publicado por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ.
Pesquisado por. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Fonte: www.multirio.rj.gov.br  

sábado, 29 de maio de 2010

Exu Tata Caveira


História

Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".
Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.
Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.
Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.
O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.
Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado.
A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.
Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.
Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.
Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.
Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.
Entre os exus da linha de Caveira, existem: Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Caveira enquanto vivo.
Como entidade, o Chefe-de-falange Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.
Caveira é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.
No entanto, Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Caveira não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.
Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Caveira Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.
No entanto, uma vez amigo de Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções.
Postado por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Exus - Anjos ou Demônios?


Muitos acreditam que nossos amigos Exús são Demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar (Stephen King perto deles é um pobre inocente).
É necessário entender que no sincretismo afro-católico (imposto num processo de aculturação dos Negros pelos padres Católicos) os Orixás foram associados aos Santos Católicos, inclusive Exu, que é representado por Santo Antônio (Santo Antônio de Pemba, Santo Antônio de Ouro Fino, etc.). Mas Porquê este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e sobretudo amigo, foi comparado com o Diabo das profundezas macabras dos INFERNOS? Bem, para conhecer está história vamos viajar para 6.000 anos atrás, local, Mesopotâmia.
A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais nacionais e internacionais, principalmente na Europa e EUA.
Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídas aos Demônios ( No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Sacerdotes, para combater as forças do mal, tinham que conhecer o nome dos Demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O Demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) Demônios maus é com freqüência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em Machos e Fêmeas. Tinham a forma de meio Humano e meio Animal: Cabeça e tronco de Homem ou Mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência Humano, mas aceitavam de outros animais. Os Demônios frequentavam os túmulos, caminhos (encruzas), lugares ermos, desertos, especialmente a noite.
Nem todos eram maus, haviam os Demônios Bons que eram invocados para combater os Maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzas, casas e palácios.
Bom, os Negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os Santos, incorporavam alguns Exús, com seu brado e jeito maroto e extrovertido assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os Negros escravos dizendo que eles estavam possuídos por Demônios.
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os Negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua Hipótese de que essa forma de incorporação era devido a Demônios.
Assim, como Exu não é bobo, assumiu, sem dizer que sim ou que não, esse estereótipo colocado pelo branco.

As cores de Exu, também reafirmaram os medos e a fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.

Assim, o que aconteceu foi uma associação indevida, maldosa, entre aos Demônios Judaico-Cristãos e os Exus Africanos, simplesmente por similaridades em relação a cores, moradas, manifestação de personalidade, etc. Isso com o tempo foi caindo no gosto popular, na psique de pessoas mentalmente e espiritualmente perturbadas e com Exú a se construir "a visão real", de que Exu é o Demônio.
Muitos médiuns despreparados ou anímicos, ou perturbados mental e espiritualmente, recebiam Exus que diziam-se Demônios. Nessa onda de horror ou de terror, alguns autores Umbandistas do passado, por falta de conhecimento ou por ignorância, fizeram tabelas de "nomes cabalísticos dos diabos", associando esses nomes aos Exus de Umbanda, como: Exu Marabô ou diabo Put Satanaika, Exu Mangueira ou diabo Agalieraps, Exu-Mor ou diabo Belzebu, Exu Rei das Sete Encruzilhadas ou diabo Astaroth, Exu Tranca Ruas ou diabo Tarchimache, Exu Veludo ou diabo Sagathana, Exu Tiriri ou diabo Fleuruty, Exu dos Rios ou diabo Nesbiros e Exu Calunga ou diabo Syrach. Sob as ordens destes e comandando outros mais estão: Exu Ventania ou diabo Baechard, Exu Quebra Galho ou diabo Frismost, Exu das Sete Cruzes ou diabo Merifild, Exu Tronqueira ou diabo Clistheret, Exu das Sete Poeiras ou diabo Silcharde, Exu Gira Mundo ou diabo Segal, Exu das Matas ou diabo Hicpacth, Exu das Pedras ou diabo Humots, Exu dos Cemitérios ou diabo Frucissière, Exu Morcego ou diabo Guland, Exu das Sete Portas ou diabo Sugat, Exu da Pedra Negra ou diabo Claunech, Exu da Capa Preta ou diabo Musigin, Exu Marabá ou diabo Huictogaras, e o nosso Exu-Mulher, Exu Pombagira, simplesmente Pombagira ou diabo Klepoth. Mas há também os Exus que trabalham sob as ordens do orixá Omulu, o senhor dos cemitérios, e seus ajudantes Exu Caveira ou diabo Sergulath e Exu da Meia-Noite ou diabo Hael, cujos nomes mais conhecidos são Exu Tata Caveira (Proculo), Exu Brasa (Haristum) Exu Mirim (Serguth), Exu Pemba (Brulefer) e Exu Pagão ou diabo Bucons.
Comerciantes inescrupulosos ou, simplesmente, ignorântes, criaram imagens de Exus como diabos, cada vez mais estranhos e aterradores (cifres, rabos, partes de animais ...). construindo no imaginário de muitos médiuns e da população Brasileira, um esteriótipo de Exu = Diabo, Exu = Satanás, Exu = Coisa Ruim.
Hoje em dia as casas de Umbanda (centros, terreiros, tendas ...), pelos estudos, pelo conhecimento e pela orientação dos reais Exus, estão abolindo essas imagens e condenando seu uso. Assim como, recriminando médiuns e supostas entidades que se manifestam dessa maneira dentro dos Terreiros. Porém, o mal foi feito, o esteriótipo atingiu o psique das mentes mais fracas e, muitas vezes, vemos em certos canais de televisão que fazem programas religiosos, a invocação dessas aberrações e a indevida associação aos Exus de Umbanda. O que podemos dizer é que quem incoca a Deus, Deus o tem; quem invoca do Diabo, o diabo o tem.
Algumas correntes religiosos estão alimentando na população que participam de seus ritos, a visão de que a culpa para a mazela de suas vidas são os Diabos, os Exus, que vêm babando, com as mãos tortas, grunhindo, gritando ( "vou levar, vou levar ... !!!"), todos tortos e formatados dentro de um psique moldado e caricato.
Essas religiões e/ou seitas, estão alimentando o medo, a ignorância, o preconceito, a discriminação e a ilusão de que a culto pela dor alheia é cansado pela Umbanda e pelos seus guias, principalmente os Exus. Então fiquem sabendo que isso é mentira, é ilusão é ignorância.
Exu combate o mal, ele devolve o que mandam de ruim, é justo, tem equidade em suas decisões e em seus trabalhos. Ele não é, e nunca foi o diabo.

Mas então quem é EXU?

Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Exu não faz mau a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, as vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros. Por isso, algumas pessoas consideram esse Orixá malvado.
Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz mau, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida, acredite em Deus e tenha fé.

Exu, O Guia.

Existem dois portadores do nome Exu. Um é o Orixá Exu. O outro, são os Guias chamados de Exu (espíritos, muitos, não mais reencarnacionais) que vêm na emanação principal de Exu (O Orixá) que lhes deu suas características, seus gostos, seus hábitos. Porém, esses Exus, também são subordinados a um Orixá regente, que pode ser Omulu, Xangô, Oxossí, ...
Correntes antigas, Esotéricas, montaram uma hierarquia para os Exus (Guias), relacionando 7 (sete) Exus (Guias) principais, considerados como os 7 (sete) chefes de Legião, que comandam e coordenam outros Exus (Falanges), sendo que cada um de seus comandados também comandam mais 7 (sete), seguindo uma ordem hierárquica de cima para baixo de 7 (sete) em 7 (sete).

São eles os 7 (sete) Exus guardiões ou principais:


SR. SETE ENCRUZILHADAS




SR. MARABÔ



SR. TRANCA RUAS


SR. TIRIRI


SR. GIRA MUNDO



SR. VELUDO



SRA. POMBA GIRA OU BOMBO GIRA.



Cada um desses amigos trabalha dentro das 7 (sete) linhas da UMBANDA, lutando contra o mal e ajudando as pessoas.

SEU JEITO E SEU TRABALHO.

Exu gosta de rir, brincar com as pessoas, dizer alguns palavrões, nem todos fazem isso, ser franco e direto, não faz rodeios nem mente. Gosta de beber e fumar, ao contrário do que muitos pensam a bebida e o fumo são peças de aproximação, fazendo com que as pessoas se identifiquem, fiquem mais descontraídas como se estivessem em uma festa. Caso não tenha bebida, ou fuma, ele trabalha do mesmo jeito, porque sua finalidade e ajudar àqueles que precisam.

Alguns Exus foram pessoas como: Políticos, Médicos, Advogados, Trabalhadores, Vadios, Prostitutas, Pessoas comuns, Padres, etc. Que cometeram alguma falha e escolheram, ou foram escolhidos, a vir nessa forma para redimir seus erros passados, outros, são espíritos evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas e combatendo o mal. Assim, quem diz que os Exus são Demônios, na concepção de que são ruins, ou espíritos sem luz, baixos, não sabe o que está dizendo, ou não conhecem a história de cada Exu, os porquês de sua ritualística, seu modo de trabalho ou sua missão. Não se julga um livro por sua capa ou a pessoa pela sua aparência!

Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos retirando os encostos e espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.

Seu dia é a Segunda-feira, sua bebida, cada um tem a sua, sua roupa, quando lhe é permitido tem cores preta e vermelha. Não aceita sacrifícios de animais, mas se a pessoa quiser acender uma vela (preta e vermelha) na encruza, colocar charutos ou cigarros, cachaça ou outra bebida de agrado é bem vindo. Pode-se colocar, também, rosas para as pomba giras com champanhe, pois elas gostam.

Assim é Exu.

As Vezes temido, as vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo.

Salve meus compadres!

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ.
Site de Pesquisa http://www.umbanda.etc.br/guias/exus.html, de 1997, autor Pai Etiene Sales.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Mariana, Zé Pelitra e Rosinha Malandra

A ACALUZ, tem a honra de convidar todos os irmãos de fé para uma pequena homengem que ocorrerá no dia 23 de junho de 2010 as 16h00 na sede da Associação na Capital Belém, cito. Rod. Arthur Bernardes, Rua Paulo Guilherme nº 06 - Tapanã/Icoaraci. A pequena homenagem as entidades Zé Pelintra - Zelador Eldi Costa - Tawandacy também conhecido por Profº Jaspion, Rosinha Malandra - Zeladora Andréia Costa, e Cabocla Mariana - Zeladora e Mãe Pequena do Abaça Afro-Brasileiro de Juliana e Banzeiro Grande e fundadora da ACALUZ, Maria Auxiliadora.

Com permissão das entidades citadas na ultima gira feita na sede da Associação, decidimos em conjunto realizar as homengens das entidades em conjunto. Uma vez que a Mãe Pequena Maria Auxiliadora iria comemorar na Sede da ACALUZ em Cachoeira do Ararí a festa anual da Cabocla Mariana, mas ficou decidido que primeiro seria feita na nova sede em Belém já que o Zelador Presidente da ACALUZ não poderá estar presente em Cachoeira do Ararí e também  por querer homenagear a entidade dentro da nova sede.

Estão todos convidados, é sempre bom e gratificante contar com a presença de Todos.


Postado. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Texto de Adriano Figueiredo Leite.

Exú Pinga Fogo


Exú Pinga Fogo pertence à linha das almas, seria o segundo na hierarquia do cemitério abaixo só de Sr. Omulu.

Esse Exú é Chefe de Legião, Exú Guardião!

Sua apresentação astral é de um homem forte com uma grande capa roxa por dentro e preta por fora, com bordados em dourado!

Em sua ultima encarnação foi um príncipe, enganava muito as pessoas, roubava ,etc.

Pertence a linha negativa de Yorima (almas, pretos velhos), Serventia de Pai Guiné.
Seu mineral é Ônix preto bruto ou hematita.
Seu metal é chumbo
Sua erva é bananeira
Trabalha muito com ervas, punhais, fitas, crânio(imagem de barro).
Fuma charutos, cigarrilhas. Bebe conhaque, uísque, marafo.
Sua guia é preta e branca com imagens de caveiras.
É pouco conhecido na umbanda.

Pontos:
Eu sou exú Pinga Fogo
No alto do chapadão
Comendo jaca madura
E jogando as verdes no chão
Eu sou exú Pinga Fogo
No alto do chapadão
Engolindo bolas de fogo
E cuspindo elas no chão.

Texto. George Fridman
Cacarotu

Publicado por Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

Lugares Sagrados e Encantaria Maranhense

Por. Mundicarmo Ferretti

As pessoas sempre se apegam aos lugares onde nasceram e viveram e, quando precisam se afastar deles, costumam retratá-los de forma fantasiosa, como se fossem os melhores lugares do mundo. Na terra natal estão geralmente os seus parentes mortos, os lugares onde ocorreram milagres que foram contados por seus antepassados (aparição da imagem ou de um santo), locais de culto a “almas milagrosas” ou “almas benditas” (de pessoas que viveram ali, a quem se recorre em momentos de aflição) e se encontram pedras, árvores, lagos, ilhas etc. que atestam a veracidade de seus mitos. As pessoas, mesmo quando saem de sua terra natal, costumam voltar a ela periodicamente para rever parentes, amigos e para visitar àqueles lugares sagrados, como ocorre freqüentemente no Brasil em torno do dia dois de novembro, data consagrada aos mortos. A fama de alguns daqueles lugares sagrados às vezes extrapola as fronteiras locais, estaduais, nacionais e, até mesmo, continentais. É por essa razão que tantos vão a Meca, a Jerusalém, a Lourdes e, no Brasil, a Aparecida (SP), Juazeiro (CE), São José de Ribamar (MA).

A transferência de populações de um território há muito tempo ocupado, costuma acarretar a elas não apenas perdas econômicas e materiais e desarticular suas organizações sociais. Pode abalar profundamente suas identidades, causar perdas de tradições culturais e criar para elas vários problemas religiosos. Murilo Santos, no vídeo Terra de quilombo – uma dívida histórica (2004), dá exemplo de um desses problemas, ocorrido com as comunidades negras remanescentes de quilombos de Alcântara, no Maranhão, transferidas da área hoje ocupada pela base espacial para agrovilas construídas para elas. Como aquela população poderia levar para o seu novo local (as agrovilas) o cemitério onde estão os restos mortais de seus antepassados e transportar para lá encantarias tão preciosas para ela? Será que na nova localidade a população removida poderia sentir a proteção espiritual que sentia no seu local de origem? Até que ponto a população transferida admite que os seres espirituais ligados às localidades que ela foi obrigada a deixar irão proteger os seus novos ocupantes (o pessoal da base)? Será que para aquela população os encantados vão se transformar em “assombrações” e passar a perturbar os que chegaram ali sem ter ligação com eles e sem a obtenção de sua licença?

Santuários e encantarias maranhenses.
Quando se fala em lugares sagrados do Maranhão pensa-se logo na cidade de São José do Ribamar, que atrai todos os anos, no mês de setembro, grande número de devotos daquele santo e onde são encontrados na praia muitos barquinhos trazendo bilhetes, retratos e ex-votos de pessoas que receberam milagres dele. A cidade de Ribamar é cheia de mistérios. Conta-se que a igreja construída para São José caiu várias vezes e só ficou em pé quando foi edificada na posição desejada por ele... Mas existem no estado outros lugares de atração religiosa. Em Vagem-Grande, realiza-se uma grande romaria de devotos de São Raimundo e de Raimundo Nonato - vaqueiro santificado pelo povo que viveu e morreu tragicamente no povoado de Mulundus -, daí porque a romaria é participada por grande número de vaqueiros da região. Em Rosário, durante muitos anos, o Sr. José de Paula promoveu uma grande festa em pagamento de promessa a uma “alma milagrosa” - de pessoa que morreu ali numa epidemia de peste. A festa daquela alma milagrosa terminava com um Tambor de Crioula dançado por grupos locais, da capital e de municípios vizinhos, que se revezavam durante a noite toda. E, em Codó, na estrada que vai para Santo Antônio dos Pretos, existe o santuário de Pardinha (garoto pobre e deficiente que morreu atropelado), onde muitos depositam ex-votos e garrafas d´água, em pagamento de promessa.

Mas os lugares sagrados do Maranhão não são apenas aqueles onde apareceram imagens de santos ou onde desencarnou uma alma milagrosa. Várias localidades são conhecidas como morada de encantados - seres mitológicos que, vez por outra, aparecem a alguém em sonho ou em vigília e que baixam nos terreiros de mina, terecô, umbanda e nos salões de curadores e pajés. Esses encantados, recebidos em transe ritual, são também invocados pela população em momentos de aflição. Entre os encantados que comandam o Maranhão, citado no livro do pai-de-santo Jorge Itaci (OLIVEIRA, 1989) podem ser citados:

1) Dom Luís, que comanda a ilha de São Luís e tem sua corte encantada na Baia de São Marco e domina de Ponta d´Areia até a Ilha do Medo;

2) Rei Sebastião cuja encantaria fica na Praia dos Lençóis e que domina do Boqueirão ao Itaqui;

3) Dom José Floriano, que domina o Boqueirão e a “cerca” de Alcântara[3];

4) Rei da Bandeira (João da Mata ou Rei da Boa Esperança), Princesa Doralice, encantados na pedra de Itacolomi;

5) Dom João Soeira (Rei de Minas ou Rei do Juncal), que domina a praia do Calhau;

6) Dom Pedro Angassu, que comanda as matas do Codó.

Nas letras de musicas cantadas nos terreiros maranhenses existem muitas referências a eles e às sua encantarias e também a outros encantados e encantarias do Maranhão. Se pegarmos um mapa do estado e direcionarmos o nosso olhar para a região litorânea que vai da ilha de São Luís em direção ao Pará encontramos várias das localidades referidas nas letras daquelas músicas como locais de encantarias. Na ilha de São Luís: as praias do Itaqui, de Olho d´Água, Ponta d´Areia, São José de Ribamar, apresentadas naquelas musicas como moradas da Princesa Ína, da Rã Preta, da Menina da Ponta d´Areia e de outros encantados. Depois da ilha de São Luís, no meio do mar: o tão temido Boqueirão, onde têm ocorrido muitos naufrágios e onde se acredita que muitos se encantaram, e a pedra de Itacolomi, que pertence a João da Mata, o Rei da Bandeira. São também conhecidos como lugares de encantarias: a Praia dos Lençóis, de Rei Sebastião e as pontas de Mangunça e de Caçacueira, moradas de Mãe d´Água.

Não se deve pensar que, para o povo maranhense que conhece encantado, só existe encantaria no litoral ou na água salgada. Uma das encantarias maranhenses mais conhecidas é a da mata de Codó, no interior de estado, onde reina Dom Pedro Angasso e Rainha Rosa e onde Légua Boji Boa comanda uma grande linha de caboclo. Fala-se também que onde tem mata tem Curupira e vários encantados que assumiram formas de animais: calangos, lagartixas, jacarés, macacos, borboletas, onça e outros. E, tanto na região litorânea quanto no interior, existem rios, lagos, poços e nascentes conhecidos como moradas de Mães d´Água e de encantados que já apareceram a alguém como cobras, peixes, botos e outros animais.

Os locais de encantaria são descritos pelos médiuns como lugares de muita energia, de muito poder, de uma força inexplicável ou como lugares de muito mistério, de muita “mironga”, de muito segredo. Afirma-se que nos principais passam muitas correntes espirituais. Em vários deles existem encontros de águas (do mar com água doce), de rios e matas, e em muitos deles existem pedreiras. Os lugares mais isolados, intocados, virgens concentram mais força. É por isso que se afirma que o turismo e o afluxo de pessoas para aqueles locais pode ser prejudicial. Fala-se que em Alcântara há uma concentração muito grande de forças vindas da África, pois recebeu grande número de escravos, e de forças de lá mesmo.

Ao contrário do que ocorre com os locais de santos e almas milagrosas, a aproximação de encantarias só é permitida a poucas pessoas, as que recebem encantados de lá e foram autorizados por eles. E quem se aproxima de lugares encantados (na águas ou na matas) para fazer uma oferenda ou buscar algo solicitado pelos guias (como pedra, areia etc. para assentar um terreiro), costuma sair de lá sem olhar para trás, pois fala-se que muitos dos que viram encantados ficaram doentes ou morreram logo depois. Adverte-se também que intromissões, curiosidades e profanações de encantarias são severamente punidas, pois quem não pertence às suas linhas é rejeitado pelos donos do lugar. Quem não tem vidência não sabe que às vezes uma duna esconde um palácio e pode querer pisar ou construir uma casa em cima da encantaria, da casa dos donos do lugar. Quem vai a um lugar de encantaria é porque tem um pedido de proteção, de saúde, tem um descarrego, uma firmeza a fazer ou uma promessa a pagar.

As encantarias são apresentadas por pais-de-santo maranhenses como locais de reabastecimento de forças, que às vezes estão definhando por causa de “demandas” ou que precisam ser armazenadas, para que se possam enfrentar as dificuldades que surgem durante o ano. É por isso que procuram fazer ali lavagens de cabeça ou de contas. Explicam que, se uma área daquelas for cercada ou interditada por alguém, há um grande prejuízo para a população e grande risco de ocorrerem ali muitas mortes, como ocorreu no porto do Itaqui e na base de Alcântara. Depois do porto, como não se podia mais entrar livremente na área, os médiuns tiveram que arranjar outros locais para fazer suas obrigações, como deve estar acontecendo em Alcântara. Em São Luís, terreiros que dependem de força da pedra de Itacolomi fazem sua obrigação em uma gruta existente na Ilha, que fica na direção daquela pedra...

Apesar de nem todos acreditarem e cultuarem santos e encantados, ninguém tem o direito de, em nome do progresso, da modernidade ou de seja lá do que for, impedir um povo ou alguém de acreditar neles e de cultuá-los. A identidade de um povo é assentada em suas tradições e a religião ocupa um lugar especial nessas tradições.

Postado Por Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Caboclo Cobra Coral



Vagando pela Internet me deparei com o site que será descrito no final da postagem, que fala a cerca da vida, ou de algumas incarnações e falagens do Caboclo Cobra Coral, pois bem, vemos agora na integra o que diz o texto:
 - Apesar de muito conhecido e até certo ponto famoso, não apenas nos circulos umbandistas mas também de uma certa forma fora dele, o caboclo chamado Cobra Coral, não tem uma história conhecida.

Em sua última encarnação nasceu nas cercanias da fronteira Paraense no norte do Brasil. Não vou entra no mérito da questão Galileu(teria ele em uma encarnação sido Galileu), até por que, os irmãos sabem que em uma mesma falange existem muitos espiritos, alguns com encarnações bem famosas.

Cobra Coral não é apenas famoso no mundo físico; também no plano espiritual se conhece sua fama. Muitos espíritos de ordem inferior tremem em ouvir falar seu nome, sendo conhecido no submundo astral como: "O grande Cobra Coral". Tendo muitos espiritos inferiores e chefes de agrupamentos, que ali se formam, verdadeiro pavor em encontrá-lo.

No mundo dos grandes mágicos, ele é conhecido como : "O mago do cajado da cobra". Que o digam Rubens Sarraceni e mestre Arapiaga, álias um abraço de quem nem os conhece mas sabe da importância do seus trabalhos.

Jamais acendo velas para ele, que não sejam brancas, pois para mim, ele é o emblema da pureza e da mágia.

Alguns servem para ele bifes e carne moida, eu sirvo cravos brancos, vinho branco, frutas em abundancia e cocô com milho verde cozido.

No entanto aconselho que cada um faça seus pedidos com fé, que o resultado será benéfico; além disto sem fé...Qualquer oferenda sera inutil.

-----------
Texto de Everaldo D'Xangô

Acredito eu que ele foi muito feliz em seu texto, pois ele é exatamente aquilo que sempre falo, temos que acreditar naquilo que nos convém e nos dá força. abaixo cantos para o Sr. Do Cajado de Cobra:
 
I
"na mata virgem uma coral piou"
eu vi uma voz me chamar,
me chama pra sua aldeia, "Cobra Coral".
 
II
É no coral, é no coral,
É no coral, é no coral, é no coral.

Conselho da Cidade de Cachoeira do Arari

Uma vitória para a ACALUZ, no ultimo dia 12 de fevereiro de 2010, participamos da 2ª Conferência da Cidade de Cachoeira do Arari, onde no âmbito conseguimos eleger conselheiro Titular e suplente representando a ACALUZ, e este assento no Conselho Municipal da Cidade que vai dirimir e decidir pelas obras e decisões superiores de melhoria de infra-estrutura urbana, cultura, saúde, educação, assistencia social, esporte e lazer. A representante da ACALUZ é a sra. Vanete Pereira Rodrigues e o suplente o Sr. Carlos André Costa do E. Santo. Sei que estamos bem representados no Poder Executivo Municipal. Nos falta agora ter emfim nomeado no município o Conselho de Cultura com assento a Religião Umbanda. Muito axé e muita luz para nossos irmãos que irão nos representar nesta nova etapa e conquista.

Palavra do Presidente. 

Ervas na Umbanda



“Sem folha não tem sonho
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada

Quem é você e o que faz por aqui
Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha...”
- Salve as Folhas (Gerônimo / Ildásio Tavares)

Na liturgia e nos rituais de Umbanda, vemos o uso de ervas seja na forma de amacís, imantações, banhos de descarga, etc. Isso porque as ervas detém grande quantidade de energia vital, no elemento vegetal, que através de suas combinações podem produzir determinado efeito positivo ou negativo, como tudo que é energia no Universo.

As ervas possuem forte poder para atuarem em nossa aura, em nosso campo energético, fato este já conhecido pelos indígenas, e demais povos ancestrais que já as utilizavam para diversos fins.

Como já dito, através do uso de sua energia as ervas podem ser classificadas quanto aos seus efeitos, sejam positivos, negativos ou neutros. Diante desse conhecimento, a Umbanda utiliza-se desse elemento para desenvolver seus rituais, seus descarregos, curas ou fortalecimentos, tudo comandado pelas entidades espirituais que determinam o uso apropriado do elemento vegetal conforme o caso.

Uma das formas de utilização das ervas na Umbanda, são na forma de banho. Os banhos de descarrego são usados para eliminar vibrações negativas, limpando o perispírito de miasmas negativos, magia negativa ou mesmo da influência de obsessores. Os banhos de fixação, para adquirir vibrações positivas, vitalizando os chacras do médium de energia positiva para fortalecimento dos processos mediúnicos ou de ligação do espírito encarnado com seus guias e entidades atuantes.

O uso destes banhos são de grande importância e depende do conhecimento e uso de ervas e raízes, nas suas diferentes qualidades e afinidades, que devem entrar na composição dos mesmos, não se podendo facilitar quanto a isso.

Geralmente para banhos deve-se usar as ervas frescas, e este deve ser preparado dentro de um ritual, o qual consiste em:
1. Nunca ferver as folhas junto com a água.
2. As folhas devem ser maceradas ou quinadas e colocadas em vasilhas de louça, ágata ou potes de barro.
3. Em alguns casos, quando não houver necessidade de água quente, as ervas devem ser quinadas diretamente sobre a água.
4. É conveniente usar sempre água de boa qualidade, como pôr exemplo: água de mina, de poço ou água mineral.

Ocorre uma diferenciação, também, na forma em que se deve tomar o banho. No de descarrego, deve-se molhar do pescoço para baixo, jamais a cabeça; já no banho de fixação, este deve ser tomado de corpo inteiro. Não se deve enxugar o corpo totalmente após os banhos indicados na Umbanda, para que haja maior captação ou eliminação da energia propiciada pelas ervas usadas no banho.

Deve-se, após o banho, as ervas utilizadas serem jogadas, de preferência em lugares de água corrente, como rios ou mar.

Há banhos para todos os Orixás e Entidades e muitos banhos têm dia e hora certos para tomar.

As ervas são também usadas no ritual do amaci, Amaci é um banho de ervas que se faz no médium iniciante na Umbanda com as ervas específicas do Orixá de cabeça do médium, este banho é dado inclusive na cabeça do médium e tem a finalidade de limpar o campo astral e preparar o médium para entrar na corrente mediúnica, é uma preparação, uma espécie de primeira confirmação do médium na corrente mediúnica, é um vínculo energético do médium com o seu Orixá, com a casa e com o seu Babalorixá porque somente o Babá pode dar este banho e colocar a mão na cabeça do médium. A partir deste ponto o médium é um médium de Umbanda e está energeticamente vinculado ao seu Orixá.

Também visa propiciar ao médium maior contato com seus Orixás de Coroa, devendo o dirigente do templo colher as ervas de todos os Orixás, uma de cada pelo menos, e colocá-las quinadas dentro do preparo que será feito com as quatro águas (mar, cachoeira, chuva e fonte/mineral), com 3 (três) dias de antecedência do ritual do Amaci.

Além do amaci conforme descrito anteriormente, ao qual o médium se submete ao entrar para um templo de umbanda, anualmente é feito este ritual com a finalidade de preparar o médium para receber as energias vibrantes do terreiro, além de oferecer ao filho de fé a limpeza de seu campo áurico, bem como confirmar as entidades trabalhadoras da coroa daquele médium.

As Plantas dos Orixás se dividem em positivas, negativas ou neutras:

POSITIVAS: são ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.

NEUTRAS: são todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.

NEGATIVAS: são ervas usadas explicitamente para negativar.

A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva; a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o , 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas das 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.

Assim como as ervas são importantes para a liturgia e rituais da Umbanda, as frutas também o são, sendo escolhido o seu uso conforme o Orixá a quem se está oferecendo-as. Citamos com exemplo:

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ