segunda-feira, 29 de março de 2010

Guias e Seus Trabalhos

Quando os Guias se incorporam nos “aparelhos” o fazem visando algum trabalho ou missão de caridade. Vamos falar um pouco deles:
CABOCLOS: A linha, chamada de Oxossi, por sincretismo e adaptação ou inovação aos cultos afros, é constituída de índios, geralmente brasileiros. Há uma infinidade deles. Quando nos terreiros, seus trabalhos são de desenvolvimento de mediunidade, descarga dos filhos, passes, conselhos, curas através de ervas, orientações, limpeza da aura dos consulentes, desobsessões, etc. São entidades autoritárias, enérgicas e às vezes intolerantes. Usam charutos, arcos, flechas, penachos e objetos próprios dos indígenas.

PRETOS VELHOS: constituída de escravos que desencarnaram no tempo da escravidão, a linha de Preto Velho caracteriza-se pela simplicidade, bondade, paciência e tolerância. Apresentam-se normalmente, curvados, capengando, como se os anos lhes pesassem no corpo. Seus trabalhos consistem em conselhos espirituais, materiais, psicológicos, curas através de ervas, passes, limpeza da aura do consulente, resolução de problemas. Vêm com os nomes que tinham quando vivos. Usam cachimbo, palheiro, fumos, velas, defumadores, aguardentes, vinhos, bengala, banquinhos, colares, rosários, etc.

CRIANÇAS: a linha de ibejada vêm aos terreiros para recordarem a infância e fazer toda a sorte de traquinagens. Gostam de doces, refrigerantes, brinquedos, próprios das crianças. Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podem-se-lhes pedir ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza. Quando baixam, são usados flores, brinquedos, velas e guloseimas.

MARINHEIROS: da linha do Povo D’água ou de Iemanjá, geralmente baixam para beber e brincar, podem-lhe ser pedidos coisas simples. Não é muito aconselhável a incorporação dessas entidades, devido a quantidade de bebida que ingerem. Com doutrinação e proibição, porém, eles não bebem em excesso.

BAIANOS: descem para trabalho de desenvolvimento, orientação, curas, conselhos, desmanche de trabalhos de magia negra e outros.

BOIADEIROS: incorporam somente para permanecerem um pouco na terra. Algumas tendas lhes dão pequenos trabalhos para realizarem.

POVO D’ÁGUA: entidades encarregadas da limpeza e descarga fluídicas astral dos filhos de fé, dos terreiros ou lares. Ajudam muito em problemas relativos a casamento.

OGUM: são caciques guerreiros ou soldados. Sérios, enérgicos, muito utilizados para demanda pesada com Exú, trabalhos de desenvolvimentos, desobsessões, curas, conselhos, orientações, desmanche de magia negra e conselhos profissionais.

EXÚ: O Exú é tido como um espírito impuro, perverso, que só gosta de fazer o mal, entretanto para desmanchar um trabalho de magia, temos que chamar quem entende de magia, portanto, ele pode fazer o bem. Doutrinado é de grande eficácia para o Terreiro, pois conhecendo bastante a magia, é empregado para demandar com outros a fim de desmanchar trabalhos de quimbanda. Trata-se de uma força de esquerda usada para equilíbrio vibratório de um trabalho. Quando vêm ao terreiro, usa pemba, vela, pólvora, ponteiro, aguardente, charuto e outros.

POMBA GIRA: Mulher de Exú, ou Exú mulher. Popularíssima e muito solicitada para trabalhos das mais diversas finalidade. Espíritos alegres, vaidosos, ambiciosos, muitas vezes falsos, traiçoeiros, brejeiros e sensual. Gostam de bons cigarros, bebidas finas, jóias, bijuterias, flores, belos vestidos, presentes e outros. Usam de tudo em seus trabalhos, pemba, ponteiro, flores, cigarros, etc.

CIGANOS: Espíritos pouco chamados nas Tendas, trabalham principalmente na área de cartomancia, quiromancia e outros. Sabem muitas magias e simpatias, ajudam nos mais variados problemas. São muitas vezes confundidos com Exú e Pomba Gira, mas na realidade esta confusão se dá pelo desconhecimento da maioria dos filhos de fé. São espíritos alegres, festeiros, gostam de danças e canto, presentes e outros. Não gostam de trabalhar de graça, por isso é aconselhável lhes dar um presente ou uma moeda.
Como podemos observar, a Umbanda difere totalmente dos cultos afros, embora tenha hoje ramos oriundos daquele continente. Na Umbanda, o ato é mais prático e objetivo: o filho de fé fala pessoalmente com os Guias, obtendo deles a resposta ou a solução do problema que o levou ao terreiro.
Os escravos trouxeram uma rica bagagem teogônica (conjunto de deuses) do continente de origem. Cada um deles rege um fenômeno meteorológico ou natural, onde atua em consonância à sua aura vibratória. Diferem pouco de nação para nação, quase imperceptível, já que aqui se misturaram; mas suas entidades são mais ou menos as seguintes:

OLORUM (nagô) - ZAMBI (banto) Deus supremo do céu (Obatalá) e da terra (Odudua). Para ele não há culto. É homenageado através de orixás secundários.

OXALÁ - com duas divisões oxalufã e oxaguiã, ou seja, deus velho e deus moço, o maior de todos os Orixás. É deus branco e segundo a crença, durante seis meses é do sexo masculino e nos outros seis, feminino. A ele cabe as manifestações de religiosidade em geral, as ciências, as artes e o evangelho ou doutrina moral por excelência.

IEMANJÁ - rainha dos oceanos, mares e águas salgadas, protetora dos marinheiros, dos pescadores, dos peixes, da flora marítima, das viagens por mar e do casamento, as mais velha dos orixás; conta para auxiliá-la com outras entidades femininas: as sereias, ondinas, ninfas, náiades espíritos aquáticos. Em algumas nações existe também OLOKUM , que para os iorubanos é o deus do mar.

XANGÔ - orixá da justiça e também dos raios, relâmpagos, trovões e tempestades; com domínio também sobre as pedras e pedreiras; possui três esposas que o auxiliam.

OGUM - deus da guerra, das demandas, do embate físico, das disputas materiais e espirituais, do aço, do ferro, do fogo, da espada e das armas bélicas.

OXOSSE - orixá das matas, florestas e bosques, protetor dos caçadores, da fauna e da flora vegetal. Guia através das matas a quem se acha perdido.

IBEJI OU IBEJADA - deus gêmeo, protetor das crianças em gral, chamado também de ERÊ, dos brinquedos e das diversões infantis.

OXUM - deusa dos rios, lagos, cachoeiras, córregos e da água doce.

OMULU - orixá das doenças, das pestes, e das epidemias, médico procurado para curar moléstias tidas como incuráveis.

INHASSÃ - uma das esposas de Xangô, deusa dos ventos, raios, coriscos e tempestades. Algumas nações tem-na como guarda dos eguns nos cemitérios.

NANÃ BURUQUÊ - uma deusa velha, já avó, ranzinza, simbolizando, na nação iorubana, a chuva e atuando também nos rios e ribeirões.

OXUM MARÉ - segundo algumas nações é um deus hermafrodita. Seis meses do sexo masculino e seis meses do feminino. É o que sustenta o planeta terra e tem como representação o arco-íris. Em algumas nações, julgava-se fosse ele quem formava a chuva, chupando a água dos rios através do arco-íris e levando-a até as nuvens, de onde caia sobre a terra.

OSSÃE - deusa das folhas, dos frutos e dos brotos das árvores, regulando o seu emprego medicinal.

OBÁ - uma das três esposas de Xangô, juntamente com Inhassã.

EXÚ- é o orixá dono de todas as encruzilhadas, lugares ocultos e perigosos. Em algumas nações era um espírito neutro o cobrador de dívidas cármicas ou pecados. Em outras, era o mensageiro dos orixás. Nós acreditamos que Exú é o amigo que nos socorre quando somos atacados por forças maléficas, desmanchando e protegendo-nos contra trabalhos de magia negra.

BOMBOGIRA OU POMBA-GIRA- Exú mulher ou mulher de Exú. Para os leigos, mulheres da vida que perturbam os casamentos, para nós, espíritos extremamente feminino, disposto a nos ajudar em nossas dificuldades emocionais, sentimentais e muitos outros problemas, até mesmo sexuais.
Eis em síntese os principais orixás do panteão africano ou teogonia iorubana (jeje - nagô) e Banto ( Congo, Angola e Moçambique), os dois cultos que efetivamente impuseram suas filosofias as outras nações: Mina, Malê, etc.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Fonte: Conheça a Umbanda – J. Edison Orphanake – 2ª Edição
O Ritual da Umbanda – Vera Braga de Souza Gomes
O Evangelho na Umbanda – Jota Alves de Oliveira

O valor da Mediunidade

Para que os irmãos reflitam sobre o valor da mediunidade, vou relatar uma história acontecida nos planos espiritual e material, respectivamente.
“Joaquim, um espírito recém-desencarnado, cuja vida na terra havia sido péssima, fez um requerimento aos mentores espirituais de planos mais elevados, rogando desesperadamente nova oportunidade para resgatar as dívidas contraídas na extinta existência corpórea. Era tão grande seu arrependimento e tanto o torturava a própria consciência que, ao pedido feito, suplicava novo corpo físico, em qualquer situação, qualquer tipo de existência, por pior que fosse: poderia vir louco, cego, aleijado, mudo, idiota, canceroso, leproso, morfético, fosse o que fosse, pouco lhe importaria. Submeter-se-ia com resignação, mas desejava encarnar-se de novo e para isso, suplicava de joelhos. Levado seu pedido ao alto, Deus, em sua infinita misericórdia, avaliou seus rogos, seus desejos, e atendeu-o; dar-lhe-ia oportunidade para reencarnar-se, porém, dizia a permissão, o filho pedinte não necessitava vir à terra com defeito físico, doença ou perturbações mentais. Apenas uma condição era-lhe imposta: nascesse, na terra, como homem normal, mas viria como médium e comprometer-se-ia a prestar a caridade quatro horas por semana, durante trinta anos, ou seja, dos vinte até os cinqüenta anos. Feito isso, sua dívida estaria saldada. Joaquim, é claro, chorando de alegria, reencarnou-se. Até vinte anos de idade, tudo foi normal. Daí em diante desabrochou-lhe a mediunidade. Passou então a freqüentar um templo espírita, trabalhando duas horas na terça e duas horas no sábado. Assim, foi levando placidamente sua existência e até casou.
Voltemos ao plano espiritual.
Quarenta anos depois do nascimento de Joaquim, os mentores espirituais depararam com outro irmão necessitado de socorros urgentes, para tanto, tinham de recorrer a um médium na terra, que fornecesse fluídos materiais para sintonizar com a vibração grosseira daquele espírito em desespero, a fim de ser aliviado nos sofrimentos morais, após a necessária doutrinação. Um dos mentores, então, lembrou-se do Joaquim, o irmão que fizera o requerimento pedindo para encarnar-se na piores condições possíveis, mas que por bondade de Deus, apenas lhe fora imposta a faculdade mediúnica com a finalidade de ressarcir males semeados. Sim, o Joaquim era a pessoa indicada, porque deveria estar em plena atividade, já fortalecido em seu dom e ser-lhe-ia útil naquela emergência. Consultada sua ficha cármica, comprovaram o fato. Daí resolveram conduzir aquela alma sofredora até o médium para que sua mediunidade de incorporação, ajudasse o irmão aflito. E levaram-no até o centro, onde o médium compromissado deveria estar atuando, pois era um sábado, dia de sessão.
Chegando ao centro, os mentores viram outros médiuns, menos o Joaquim... um deles disse apreensivo: “talvez esteja doente... vamos até sua residência e apliquemo-lhe passes magnéticos para revitalizar-lhe, neutralizando algum mal-estar que por ventura tenha sido acometido”.
Verificada a ficha do centro, anotaram-lhe o endereço, para lá rumando. Antes, porém, deixaram o espírito angustiado entregue a outros médiuns daquele templo. Ao chegarem ao lar de Joaquim, encontraram-no. Lá estava ele deitado em uma rede, ocioso e indiferente, tomando uma cerveja. Surpresos, os mentores ainda ouviram a esposa do médium irresponsável perguntar-lhe por que não fora ao centro, pois era dia de sessão. O marido respondeu que fazia muito calor e ele já estava cansado de ficar horas e horas a atender irmãos que compareciam ao centro para aborrecê-lo...
Um dos mentores observou: “Não foi este que pediu para reencarnar-se como louco, cego, idiota, leproso, canceroso ou o que merecesse, desde que lhe fosse permitido reencarnar-se em novo corpo físico?... E Deus, na sua infinita benevolência, tão somente lhe impôs servir como médium, trabalhando quatro horas por semana, dos vinte aos cinqüenta anos de idade... E só isso? Ele está agora com apenas quarenta de vida terrena!” É verdade, afirmou o outro e ambos tristes, compadecidos do irmão, se retiraram.
Adivinhem o que irá acontecer ao Joaquim, quando novamente regressar ao mundo dos espíritos?...
Aí está, meus irmãos, a responsabilidade do médium, reflitam e muito cuidado para não incidirem no mesmo erro do Joaquim.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ

sábado, 27 de março de 2010

Postagem de Comentários

Senhores usuários, em virtude do mau uso da postagem de comentários, decidimos suspender a postagem dos mesmos, uma vez que fomos claros e sucintos quanto ao sentido da existencia de se postar comentários ou perguntas, que expressamente seriam direcionadas ao Blog e sua equipe de coordenação. Porém, alguns anônimos se acharam no direito de transformar em competição de conhecimento e tiração de dúvidas da religião Umbanda com o Candomblé que é uma Religião independente e fora de nossa discursão. Sabedores que em momento algum estamos julgando a religião dos outros e nem tão pouco nos sentimos satisfeitos em ver pessoas que nem se quer tiveram a coragem de dizer o nome em julgar a nossa. Esperamos estar colocando o mais breve possivel a postagem de perguntas a disposição daqueles que nos escreviam para tirar suas dúvidas, e esperamos também que aqueles que buscaram o blog para discutir seu conhecimento pessoal que o façam em outro local. Somos sérios e queremos pessoas sérias ao nosso lado.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ e toda sua Coordenação.

terça-feira, 23 de março de 2010

Boiadeiros

São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda.
Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.
Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins.
O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois.
Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha.
No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração.
Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência.Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus.
Quando o médium é mulher, freqüentemente, a entidade pede para que seja colocado um pano de cor, bem apertado, cobrindo o formato os seios. Estes panos acabam, por vezes, como um identificador da entidade, e até da sua linha mais forte de atuação, pela sua cor ou composição de cores.
Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.
Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc ...
Sua saudação: “Getruá Boiadeiro”, “Xetro Marrumbaxêtro”
Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai.
Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a patroa.
É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas danças e comemorações.
Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas.
Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande.
O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens.
Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.
Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).

Sobre Nossos Caboclos Boiadeiros

Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais.
Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus.
Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade.
Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra.
Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).
Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.
Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus.
Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.
Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.
Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...
Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente ACALUZ.
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Fonte de Pesquisa - Caboclos e Guias 1985

segunda-feira, 22 de março de 2010

Fumos e Bebidas

Questão que gera inúmeras controvérsias na Umbanda é o fato dos guias e entidades que se manifestam através de seus médiuns utilizarem-se do fumo e de bebidas, o que leva alguns críticos da religião a classificarem-na como “baixo espiritismo” e estarem os espíritos que nela atuam em grau evolutivo inferior. Tal assertiva não passa do mais errôneo entendimento do que acontece na liturgia da Umbanda.
Através de uma análise histórica, pode-se verificar que diversas são as religiões que se utilizam da bebida em seus fundamentos. Na mitologia Grega, o Deus Zeus juntamente com uma mortal de nome Semele, deu origem a Dionísio, o Deus do vinho e, os romanos com a expansão de seus costumes pela Europa inteira, deram fama a Baco, o equivalente romano ao Deus do vinho grego.
Com o Cristianismo, o vinho também mostra sua importância, desde o momento em que Jesus brindava o amor do Pai Celestial repartindo o vinho com seus apóstolos e seguidores. Até os dias de hoje a Igreja Católica compartilha o pão e o vinho entre seus fiéis, representativos ambos na eucaristia do corpo e do sangue do Cristo.
Na África, o vinho de palma é usado em diversos cultos, sendo considerado néctar divino. O mesmo se verifica nos cultos ameríndios e xamânicos, onde os pajés se utilizam de bebidas para realizarem seus rituais, como o caso da cerimônia da Ayahuasca.
Seguindo a tradição difundida culturalmente entre os povos, a Umbanda não é diferente. O fato de utilizar o álcool em seus rituais nada tem de inferioridade ou primitivismo, visto que essa substância tem um significado claro e repleto de fundamentos. O mesmo ocorre com o uso do fumo.
As entidades e guias da Umbanda utilizam-se dos elementos que compõem o álcool e o fumo para realizarem seus trabalhos de limpeza e purificação, tanto do consulente, como de ambientes. De que forma fazem isso?

O ÁLCOOL
O álcool, em sua essência, é líquido proveniente da cana-de-açúcar, extremamente volátil, assemelhando-se ao éter, representando elemento que facilmente transcende do plano material para o etéreo, sendo excelente auxiliar para desfazimento de energias negativas impregnadas no períspirito. Além do mais, é fogo em estado líquido, pela sua facilidade de combustão.
Cada linha de trabalho possui seu próprio “curiador”, ou seja, a bebida correta para cada uma delas:
- Caboclos bebem cerveja, vinho ou água de côco;
- Preto-velho bebe café vinho, marafo (aguardente);
- Crianças bebem guaraná e suco de frutas, e refrigerantes;
- Baianos bebem água de côco, batida de coco ou marafo;
- Boiadeiros bebem cerveja escura, vinho doce ou batida de côco;
- Marinheiros bebem rum, e alguns bebem cerveja clara;
- Exu bebe marafo (aguardente). Alguns bebem whisky ou vinho, cerveja ou outras bebidas destiladas;
- Pombogira bebe champagne ou sidra.
O álcool ainda possui a propriedade de ser usado como “contraste”, quando a entidade age magnetizando a bebida e faz o consulente ingeri-la em pequena quantidade, permitindo-lhes visualizar o seu organismo, mostrando algum problema que deve ser cuidado. Funciona também, como elemento antiséptico para limpar e desinfetar regiões que estejam sendo tratadas pelas entidades em seus atendimentos.
Não se pode deixar de citar que o álcool ainda propicia no organismo do médium um entorpecimento de suas faculdades, facilitando com isso o trabalho das entidades, proporcionando-lhes mais liberdade de ação durante o processo de incorporação, já que libera no corpo do médium substâncias ativadoras do cérebro que atuam nos plexos nervosos, aproveitadas pelas entidades em seu trabalho no plano material.
Muitas pessoas condenam o uso do “marafo” (álcool, aguardente, whisky, destilados) pela falange de Exus e Pombogiras. Dizem que essas entidades estão extremamente atrasadas evolutivamente e ainda ligadas ao plano terreno, necessitando desse elemento para satisfazerem seus vícios. Nada mais errado, também. A energia, como já se explicou é usada e manipulada como pelas demais linhas de trabalho da Umbanda em sua magística.
Exus e Pombogiras por estarem em faixas vibratórias mais próximas do ambiente terreno utilizam-se da energia retirada desses elementos para realizarem seus trabalhos magísticos. Usam o álcool contido nas bebidas para descarregos, retirando energias negativas dos médiuns, do ambiente ou dos consulentes.
A bebida é usada no ponto riscado, na tronqueira, nas ferramentas de Exu, etc. verifica-se nos terreiros, também, a bebida sendo usada antes de uma gira de Exu, sendo passada nas mãos e braços dos médiuns para baixar a vibração e facilitar a conexão entre o espírito incorporante e a matéria do médium.
O mesmo ocorre com a linha de trabalho de baianos, marinheiros, mineiros e outros, tendo esses a fama de gostarem de um “traguinho”. Na verdade, essas linhas vêm manifestando-se assim pela vibração que carregam quando da incorporação, nada tendo de embriagadas.
A título de conclusão, deve-se ainda dizer que o álcool ingerido pelo médium também é dissipado no trabalho, ficando em quantidade reduzida no organismo após haver a incorporação.

O FUMO
Por sua vez, o fumo é vegetal que traz o elemento terra e água, em sua composição e, os elementos ar e fogo quando utilizado na defumação. Conjuga, portanto, quando usado pelas entidades de Umbanda, os quatro elementos básicos – terra, fogo, ar, água -, além do elemento vegetal nos trabalhos de magia. O fumo é utilizado como meio de descarrego, agindo sobre os chacras dos consulentes.
O fumo é utilizado como componente para defumação, onde conjuga o fogo e a fumaça para a destruição dos campos magnéticos negativos, vinculados tanto à obsessões quanto à feitiços realizados contra o consulente.
Assim, o que as entidades da Umbanda fazem é utilizarem ervas, juntamente com os elementos água, fogo e ar para realizarem suas magias e defumações, desestruturando larvas astrais, miasmas e desagregando energias negativas e danosas à aura do consulente.
O fumo tem suas características vegetais, tendo através do seu processo de desenvolvimento na natureza arregimentando as mais diversas energias e substâncias - sais minerais, hidrogênio, oxigênio, fósforo, potássio, nitrogênio, vitaminais - do solo onde foi cultivado e do meio ambiente, além da absorção da energia solar e lunar, razão pela qual condensa forte carga energética de impregnações etéreas que libera durante a sua queima.
Se prestarmos atenção na atitude das entidades incorporadas, veremos que enquanto estas fumam, estão constantemente jogando baforadas da fumaça de seu cachimbo, charuto, ou cigarro sobre aquele que com eles se consulta. Não tragam a fumaça, apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem sobre o consulente ou para o ar. Para quem não sabe, nessa hora está sendo realizado verdadeiro passe, onde a defumação se conjuga com o sopro para realizar a limpeza energética da aura ou perispírito da pessoa.
Pode-se verificar que as entidades podem realizar seu trabalho sem a utilização desses elementos sem qualquer problema. Mas, poder-se-ia dizer, se elas existem e comprovadamente têm o seu significado, por que se abster de usá-las? O que deve ser deixado de lado é a associação de seu uso como indicativo de inferioridade.
A título de curiosidade, devemos ressaltar que os Guias de Umbanda dependendo da linha em que realizam seu trabalho, não se utilizam dessas ferramentas, sendo que podemos encontrar a mesma entidade realizando o mesmo trabalho, mas em outra linha vibratória, sem se valer desses elementos em situações específicas, mas não deixando de ser a mesma entidade. De uma forma ou de outra, vai realizar seu trabalho e não vai ser mais ou menos evoluída por isso.
O que deve ficar entendido é que a entidade incorporada quando realiza o sopro da fumaça de seu cachimbo, charuto, ou cigarro, dando suas baforadas nos consulentes, cria com isso as condições, tanto no plano físico quanto espiritual, para a realização da magia da Umbanda, tudo sob o aval dos espíritos de luz e dos Orixás. Só o sopro em si carrega efeitos terapêuticos e espirituais poderosos, mas quando aliados à erva tem seu efeito potencializado, gerando resultados positivos como se observam nos terreiros de Umbanda.
A dinâmica, portanto, deve ser entendida como um todo. Alia-se, no trabalho de Umbanda, o álcool, o fumo, a energia proveniente das entidades e espíritos superiores que orientam os trabalhos, a energia presente na própria natureza através do trabalho dos elementais, bem como o ectoplasma retirado dos médiuns durante os trabalhos mediúnicos, possibilitando a cura do consulente necessitado de ajuda.
Entender essa prática como apego dos espíritos incorporantes à matéria passa a ser, dessa forma, desconhecimento pueril acerca dos trabalhos magísticos realizados dentro da ritualística da Umbanda.
No contato permanente com as entidades que incorporam na Umbanda, passamos a perceber, inclusive, sua preocupação com o uso indiscriminado de fumo ou de cigarros que são comercializados, e seus conselhos para evitarem que seus médiuns tenham seu corpo prejudicado pelo uso de tais ferramentas.
É comum pedirem cachimbos com filtro para diminuírem ainda mais a assimilação pelo corpo do médium da nicotina presente em cigarros ou fumo comercializados. Encontramos entidades que pedem a seus “cavalos” que fabriquem seu fumo com ervas naturais, como alecrim, alfazema e outras aliadas ao fumo in natura. Até porque a combinação de tais ervas potencializa os efeitos energéticos, catalisadores, descarregadores e reequilibrantes do perispírito do consulente.
Algumas entidades chegam a cuspir em recipientes adequados, a famosa "caixinha", que fica ao seu lado para neste ato evitar ao máximo a ingestão da nicotina e de outros elementos que não interessam para o trabalho e muito do que vêm pela química industrial.
Com todo o exposto, pode-se perceber que tanto o álcool quanto o fumo são verdadeiras, úteis e necessárias ferramentas de trabalho das entidades que trabalham na Umbanda.
Tal fato deve ser estudado e haver orientação precisa durante a doutrinação dos médiuns e assistentes das giras de Umbanda para entenderem com seriedade a real necessidade de haver um trabalho sério e efetivo de esclarecimento para evitar entendimentos errados que levem a denegrir a verdadeira caridade prestada pelas entidades e guias de Umbanda que utilizando das ferramentas que a natureza lhes oferece, levam aos filhos de fé um lenitivo para suas mazelas e dores, na fé de Oxalá.
Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ.

domingo, 21 de março de 2010

Rituais de Preces e Orações

ORAÇÃO DA MEDIUNIDADE

A Mediunidade é uma oportunidade. Aproveite-a.
A Mediunidade é uma beleza. Admire-a.
A Mediunidade é um sonho. Faça que se torne realidade.
A Mediunidade é um desafio. Enfrente-o.
A Mediunidade é um dever. Cumpra-o.
A Mediunidade é preciosa. Cuide dela.
A Mediunidade é riqueza. Conserve-a.
A Mediunidade é um mistério. Explore-o.
A Mediunidade é promessa. Tenha esperança.
A Mediunidade é tristeza. Supere.
A Mediunidade é um hino. Cante-o.
A Mediunidade é um combate. Vença.
A Mediunidade é felicidade. Mereça-a.
Que a nossa Mediunidade seja plena de Luz e Paz.
[Alex de Oxóssi]

PAI NOSSO DA UMBANDA

Pai Nosso que estais nos céus, nos mares, nas matas e em todos os mundos habitados; santificado seja o Teu nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas, pela luz e pelo ar que respiramos.
Que o teu reino, reino do bem, do amor e da fraternidade, nos una a todos e a tudo que criastes, em torno da Sagrada Cruz, aos pés do Divino Salvador e Redentor. Que a Tua vontade nos conduza sempre para o culto do amor e da caridade. Dai-nos hoje e sempre a vontade firme para sermos virtuosos e úteis aos nossos semelhantes. Dai-nos hoje o pão do corpo, o fruto das matas e a água das fontes para o nosso sustento material e espiritual.
Perdoa se merecemos, as nossas faltas e dê o sublime sentimento do perdão para os que nos ofendam. Não nos deixei sucumbir ante a luta, dissabores, ingratidões, tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria.
Enviai Pai, um raio da Tua Divina complacência, luz e misericórdia para os teus filhos, pecadores que aqui labutam pelo bem da humanidade.

Salve a Umbanda!

ORAÇÃO ÀS SETE LINHAS

Oxalá, Mestre Supremo, Vós que refletis o princípio criador, que sois o vento solar, a ciência do verbo sublime; que fazeis a supervisão de todos os Orixás na Terra, sendo a Luz do Senhor Deus Pai, a consciência cósmica movedora dos universos, abençoai-nos.
Iemanjá, Rainha dos Mares, Vós que simbolizais em vossas cristalinas águas toda a verdade e pureza dos mundos terrestre e astral, no poderio de vosso reino líquido, símbolo da procriação e da maternidade, valei-nos.
Xangô, poderoso Orixá da Justiça, da lei correta, do direito aplicado eticamente, dono das pedreiras, raios e trovoadas, juntamente com Iansã, Oxum e Obá, dos locais virgens onde vos encontrais, intercedei por nós.
Ogum, que sois o Orixá das guerras espirituais, do ferro e dos metais, o Senhor das Batalhas astrais, que atendeis nas lutas relativas às demandas materiais, rogai por nós.
Oxossi, Rei das Matas, florestas e selvas virgens, caçador de almas perdidas, defensor da fauna e da flora silvestre, que, juntamente com Ossãe, a deusa das ervas medicinais, protegeis a pureza e a essência do ambiente astral de nossas matas, sede por nós Yorimá, grandioso chefe da linha de Pretos-Velhos, ancestrais de nossos escravos humildes, compreensivos e dominadores das curas pelas ervas, simpatias e sábios conselhos reeducativos, aliviai-nos em nossas dores e sofrimentos.
Ibeji, Iori e Erê Superior, que simbolizais a simplicidade, a graça infantil e a inocência das crianças, segundo a orientação do Mestre Oxalá, de que “o reino dos Céus pertence aos pequeninos, que são isentos de maldade”, ajudai-nos no que for possível.
A todos vós, Orixás, Guias e Protetores, Gênios Tutelares, Anjos de Guarda ou Entidades que nos dirigis, dando-nos amparo, fé, esperança e proteção, vos pedimos que estejais sempre ao nosso lado, tanto nos momentos de alegria como nos de tristeza, angústia, ansiedade ou sofrimentos físicos e morais, derramando vossas vibrações salutares e benéficas para que, tranqüilos, calmos e esperançosos, possamos estar em sintonia com o Astral Superior, superando as dificuldades e obstáculos surgidos em nossos caminhos, rumo ao topo da escalada espiritual, graças às nossas ações e atividades em que a caridade pura e simples seja a base de todo nosso merecimento.

PRECE PARA ABERTURA DE SESSÃO

Senhor Deus, Nosso Pai e de todas as criaturas vivas neste planeta e noutros mundos, justo, misericordioso e todo poderoso, ouvi a prece que vos dirigem os vossos filhos, aqui presentes, que humildemente imploram Vossa clemência.
O Deus de amor e misericórdia, daí aos médiuns a compreensão perfeita da santidade da missão que lhes foi confiada e da responsabilidade que lhes cabe no desempenho dessas funções.
Deus, Nosso Pai, permiti que sintamos fortemente a influência invisível e salutar dos nossos Anjos de guarda, a fim de que possamos mais facilmente, eliminar dos nossos corações e dos nossos pensamentos, os sentimentos de ódio, de inveja, de orgulho, de egoísmo e de todas as imperfeições de que se acham imbuídos os nossos espíritos, afim de que possamos subir até vós.
Jesus, Bom e Amado Mestre, permiti que as falanges organizadas que trabalham na prática do bem, possam nos dispensar bastante proteção, para que nossos trabalhos sejam coroados de êxito.
Bendito e glorioso São Miguel Arcanjo, a quem Deus confiou a guarda das almas encarnadas e desencarnadas, eu, vosso humilde servo, confiado na Vossa Divina misericórdia, vos rogo por mim e para os médiuns, a compreensão perfeita da missão que nos foi confiada e da responsabilidade com que vamos arcar no decorrer dos nossos serviços.
Virgem Mãe Santíssima, rogai a Deus por nós e pelos irmãos desencarnados que ainda se acham na ignorância, nas trevas e nos sofrimentos. (Ler os nomes ).
Bons Espíritos, que pela misericórdia de Deus, permaneceis junto a nós para nosso consolo dai-nos um grande amor pelas virtudes! Inspirai-nos tudo o que é bom! Afastai de nós os espíritos trevosos e maledicentes, a fim de trilharmos com maior desembaraço o caminho sinuoso e cheio de tropeços que é a nossa vida terrena.
Senhora Mãe de Jesus , neste momento elevamos os nossos pensamentos, e humildemente pedimos em favor dos nossos irmãos que se acham enfermos, quer sejam do corpo, quer sejam da alma, nos lares, hospitais, casas de saúde ou enclausurados, nas colônias para doentes mentais ou penais (Ler os Nomes). Dai-lhes Senhora , o alívio para seus sofrimentos e permita-lhes sentir desta corrente de fé, a sua Divina Complacência.
Bendito e louvado seja Deus, o Divino Espírito Santo e Nosso senhor Jesus Cristo! Salve São Miguel, São Gabriel e São Rafael! Salve todas as falanges de Aruanda, de Umbanda e de Quimbanda! Em nome de Deus PAI todo poderoso, de Nosso Senhor Jesus Cristo, de São Miguel Arcanjo, da Nossa Virgem Santíssima de Nossos Anjos de Guarda e do Cabloco Itapeva, estão abertos os nossos Trabalhos.
ASSIM SEJA !
Enviai Pai, um raio da tua divina complacência, luz e misericórdia para os teus filhos, pecadores que aqui labutam pelo bem da humanidade.
Que assim seja.
Minha família é Jesus Maria e José.
Amém

PRECE PARA ENCERRAMENTO DAS SESSÕES

Senhor Deus, pai justo e miresicordioso, infinitamente sábio e poderoso, nós humildes filhos vossos, agradecemos as graças que nos tendes dispensado.
Agradecemos, Senhor, pelos benefícios que nos concedestes, permitindo que os trabalhos desta tenda, sob o patrocínio de nosso padroeiro, o Bom jesus, não fossem desviados dos fins a que se propunham.
Jesus, nós vos agradecemos vossa assistência e vos imploramos não nos falteis com a vossa santa proteção.
Maria, Virgem santíssima, recebei nossos agradecimentos pela benevolência com que acollheste as nossas súplicas.
São Miguel Arcanjo, rogai a Deus por nós, para que perdoe as nossas faltas e sejamos ajudados pelos bons espíritos, a fim de que possamos, com calma e paciência, suportar as provações da vida terrena. Livrai-nos das perseguições dos maus espíritos e que a vossa luz e o vosso sublime amor sejam para nós um poderoso escudo contra as tentações e atuações.
Aos santos Anjos de Guarda, aos poderosos Oroxás da Santa Lei de Umbanda, aos bondosos pretos velhos Caxinxe e Anacleto, aos caridosos caboclos que nos ajudaram a prestar a caridade, enviamos os nossos agradecimentos e dirigimo-lhes os nossos pedidos de proteção.
Senhor Deus, vós nos dissestes pela boca de Jesus, o vosso Messias: “bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor à justiça; perdoai aos vossos inimigos; orai pelos que vos persigam.” E ele próprio nos deu o exemplo orando pelos seus algozes.
Seguindo esse exemplo, meu Deus, imploramos a Vossa misericórdia para os que desprezam os vossos santíssimos preceitos, únicos capazes de facultar a paz neste mundo e no outro. Como Cristo, também nós Vos dizemos: ” Perdoai-lhes Pai, que eles não sabem o que fazem”.
Dai-nos a forças para suportamos com resignação e perseverança, como provas para a nossa fé e a nossa humildade, seus escárneos, injurias, calúnias e perseguições; isentai-nos de toda idéia de represália, visto que para todos soará a hora da vossa justiça, hora que esperamos submissos a Vossa Vontade santa. E, em Vosso nome e em nome do vosso filho Nosso Senhor Jesus Cristo, pedimos licença para encerrar os trabalhos desta noite.
Assim Seja !

PRECE PARA ORIENTAÇÃO

Guias espirituais amigos; nesta hora de dúvidas e incertezas, dirijo-me a vós solicitando conselho e orientação de como proceder para solucionar o problema que me aflige, referente a … (diz-se o problema) … a fim de não tomar decisão errada que venha a ser motivo de decepção ou arrependimento, que a orientação que me for dada seja a mais acertada possível, para o caso, e não acarrete prejuízos, ofensas ou mágoas a quem quer que seja; se porventura, trouxer ressentimento a alguém, seja por força das circunstâncias ou por culpa do próprio ofendido. Assim espero.’

Livro: OS CABLOCOS – Autor: J. EDSON ORPHANAKE

PRECE POR DESENCARNADO

Deus de infinito amor e bondade ! Dignai-vos, Senhor, ouvir a prece que dirigimos pelo Espírito de………………, desencarnado em……, e permiti que ele possa entrever as vossas divinas luzes, para que assim se lhe torne fácil o caminho para sua eterna felicidade. Consenti Senhor, que os vossos bons Espíritos lhe levem nossas palavras pela transmissão de nosso pensamentos.
Espírito de ………………, ouve a nossa voz que, como prova de nossa afeição, te chama, no desejo de te auxiliar a compreender que apesar de teres deixado o corpo mortal, vives ainda a vida espiritual que é a verdadeira .
Quis Deus que fosses libertado antes de nós. Não nos lamentamos, pois, isso seria egoísmo e manifestaríamos desejar-te ainda as penas e sofrimentos da vida; antes, resignadamente, aguardamos o instante de nossa reunião no mundo em que te achas e que, confiamos em Deus, será de maior felicidade para ti.
Sabemos que a nossa separação será apenas momentânea, porque por mais longa que nos possa parecer sua duração se obliterará ante a eternidade das venturas reservadas por Deus aos que se arrependem e emendam.
Permita Deus, em sua bondade, que os bons Espíritos nos preservem de cometer qualquer ato contra as divinas leis, o que nos retardaria o almejado instante de nossa união,e assim, que poupem a dor de te não encontrar ao sairmos deste cativeiro terrestre.
Oh! como é doce consoladora a certeza de que, apesar do véu material que te oculta às nossas vistas, podes estar aqui ao nosso lado, ver-nos e ouvi-nos como outrora, pois cremos que nos não esquecerás, como de ti nós não esqueceremos, e, assim, nossos pensamentos não deixarão de se confundir e o teu nos seguirá e amparará sempre, consoante teu poder e os desígnios de Deus.
A paz do senhor seja eternamente contigo.
ASSIM SEJA !

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Sitio pesquisado. http://povodearuanda.wordpress.com/2007/09/10/umbanda/

Definições da Umbanda

1. “A Umbanda é uma religião absolutamente aberta que tem inúmeras diferenças de interpretação, que variam de região para região assim como de terreiro para terreiro. É com a ritualística que nos idenficamos ou não num primeiro momento, mas devemos lançar um olhar mais profundo e examinarmos melhor os objetivos da Casa... Para um Terreiro poder se dizer de Umbanda, lá deve haver amor, compromisso com o próximo, caridade descompromissada, um trabalho constante de solidariedade, disciplina, respeito e estudo”. (Iassan A Pery).
2. "O nome de Umbanda, que foi dado a um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo Astral Superior, através dos Caboclos e Pretos Velhos, é termo litúrgico, sagrado, vibrado, que significa num sentido mais profundo, o conjunto das leis de Deus." (W.W. da Matta e Silva)
3. "Não cobrar, não matar, usar o branco, evangelizar e utilizar as forças da natureza - eis a Umbanda". (Moab Caldas)
4. "Os conceitos emitidos através da mediunidade de Zélio de Moraes determinaram uma linha de trabalho que será, mais hoje, mais amanhã, aquela que definirá os rumos verdadeiros da Umbanda".(Floriano Manoel da Fonseca)
5. "A doutrina da Umbanda é um sistema religioso inspirado nas leis divinas. Sua interpretação é feita pelos Guias Espirituais que a transmitem por via das comunicações mediúnicas. A lógica, a justiça e a razão são as bases dos conceitos emitidos pelas Entidades em torno de tudo o que nos rodeia na vida terrena. A doutrina umbandista é uma via de reformação humana, de espiritualização autêntica para transformar em realidade o almejado sonho de fraternidade entre os homens. Não é falsa asserção, pois é notório o resultado obtido com a doutrina ininterruptamente feita pelos espíritos missionários que se apresentam como Pretos Velhos ou Caboclos". (João de Freitas )
6. "Se a nossa missão é Umbanda, nosso dever primordial é cultuá-la com absoluta convicção, respeitando seus princípios, estudando seus fundamentos a fim de compreender os seus fins. Respeitemos as outras crenças, mas deixemo-las a cargo daqueles que a praticam. Não é certo misturar crenças e rituais. Estudemos a Umbanda, pura, simples e bela, para que possamos praticá-la conscientemente, elevando-a ao nível que merece. Umbanda é religião e ciência admirável, que apaixona quem a ela se dedica". (Atila Nunes)
7. "A Umbanda, esteira de luz a iluminar os filhos de Deus nos caminhos da trevas, chama a si todas as doutrinas evolucionistas que proclamam o Amor Universal, a imortalidade da alma e a vida futura, consagrando-se como verdadeira religião de caráter nacional". (J. Alves de Oliveira)
8. “A Sagrada Lei de Umbanda traz a lembrança de mensagens já dadas à humanidade através de seu processo evolutivo e que se perdeu porque o homem se afastou dos princípios sagrados e divinos. A Sagrada Lei de Umbanda vem do ALTO para BAIXO. DO PLANO DA ESPIRITUALIDADE. Nada condena. Nada impõe. Nada proíbe. Dá a cada ser a oportunidade para a sua renovação e reeducação íntima. Tão simples que incomoda os que se revestem de poderes. Tão humilde que ofende os que vivem na luxúria. Cada um de nós médiuns de Umbanda assumimos no plano da espiritualidade um compromisso, o de servir e levar a palavra da verdade, pois SÓ A VERDADE FICARÁ DE PÉ A MENTIRA POR SI SE DESTRÓI. Sigamos a nossa estrada com tranquilidade e serenidade”. (Pedro Miranda)

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ 

quarta-feira, 17 de março de 2010

Rituais de Rezas e Benzeduras

Santo Inácio das Loures é de santo e é de sado


E é por santo fundado
E é o Senhor Crucificado
Desorga! Desorga! Três vezes desorga!
Bruxas feiticeiras, mal de inveja
Do corpo de uma pessoa para fora
Que não tenha que doer como elas
Nem em casa, nem na rua, nem por onde passear
Eu te benzo com a santa segunda
Eu te benzo com a santa terça
Eu te benzo com a santa quarta
Eu te benzo com a santa quinta
Eu te benzo com a santa sexta
Eu te benzo com o santo sábado
Eu te benzo com o santo domingo
Que são as nove palavras
Que Deus Nosso Senhor benzeu
O seu bendito Filho.

CONTRA O MAU OLHADO
Com um galho de arruda, diga ao passar na pessoa:
Leva o que trouxeste; Deus me benza com a sua Santíssima Cruz; Deus me defenda dos maus olhos e de maus olhados de todo o mal que quiser; és tu de ferro e eu sou de aço; tu és o demônio, e eu te embaraço. Aos, jogar o galho de arruda para trás da pessoa em direção a porta da rua.

CONTRA QUEBRANTO
Quando uma pessoa anda deprimida, mole ou cansada, diz-se que, lhe deitaram mau olhado. O mau olhado ou o quebranto, ambos muito parecidos, atingem pessoas, animais ou coisas, facilmente.
Pegar um copo com água, um galho de arruda, molhar o galho e ir benzendo, ao final; colocar o galho dentro do copo, se afundar, estava cheio de quebranto ir ao portão da rua, vira-se de costas e joga por cima dos ombros de quem se está benzendo, isso com a pessoa de costa para rua.

Obs.: Enquanto está benzendo dizer:
“Mal do ar, mal do mar, mal do fogo, mal da lua, mal das estrelas, mal do ponto do meio dia, mal do ponto da meia noite. Se tiveres co quebranto, mal olhado, feitiçaria e bruxaria, em nome de Deus e da Virgem Maria, seja levado paras ondas do mar sagrado, onde não canta o galo nem a galinha e nem tem criancinha chorando e nem cristão batizado. Depois rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria.”

Atenção: Pode-se também realizar com um copo com água, uma tesoura de aço e brasa de fogão. Após ter realizado a ladainha, colocar a brasa dentro do copo com água. Despachar, também na rua.

COM GALHO DE ARRUDA CONTRA MAU OLHADO E FEITIÇARIA
Dizer: Deus te fez, Deus te criou. Deus tire o mal que no teu corpo entrou. Em louvor de São Pedro e São Paulo, que tire esse mau olhado, inveja ou feitiçaria.
Assim como Deus fez o mar sagrado, assim ele te tire este mau olhado ou olho grande. Assim como Nosso Senhor foi nascido em Belém, e crucificado em Jerusalém, assim se vá o mal desta criatura se por acaso o tem. “Essa benzedura, deve ser realizada com um copo com água, ir molhando o galho de arruda dentro do copo e ir fazendo em cruz da cabeça aos pés”. No final, devemos jogar fora água e o galho de arruda, do portão para fora da casa. Repetir por três dias seguidos.

PARA AFASTAR UM MAL (EXORCISMO)
Com um galho de arruda, faça o sinal da cruz por todo o corpo da pessoa doente ou com encosto de um “ará òrún” (pessoas que morreram de acidentes, se suicidaram ou assassinada; que seus espíritos andam vagando), exus kiúmbas (entidade sofredora), e diga:
íritos do Mal, abandonem este corpo que de nada vos poderá servir”.
“Se por acaso a fonte de seu mal estiver numa “demanda” ou “trabalho de magia negra” feito, fazei com que este se volte aquém o mandou”.
Rodeie a pessoa com 7 velas brancas, e quando terminar a “oração”, derrame em sua cabeça um pouco de água benta e mel.
Despache no mato o resto do material: O galho de arruda e velas, embrulhado em um pape

BENZEDURA CONTRA O MAU OLHADO, INVEJA E QUEBRANTO
Obs.: Enquanto vai se rezando, benza-se 3 vezes, dos pés à cabeça (iniciando-se dos pés para cabeça), com um copo de água e uma vela branca, acesa:

Diga: “Deus perturbe e confunda os que querem para si minha alma”.
“Envergonhados sejam aqueles que me queiram mal”.
“Aqueles que são bons e que só a Vós desejam, que sejam salvos e engrandecidos”.
“Mas a mim, que Vós necessito, não me desampareis”.
“Pela Cruz em que padecestes, os olhos maus se fecharão e as bocas malvadas emudecerão, os maus pensamentos e desejos fugirão”.
“Com esta Cruz me defendo”.
“Com esta Cruz me livro”.
“Com esta Cruz me curo”.
“Louvado seja Aquele que me tira o mal”.

Despache: Água e o resto da vela (apagando-se a vela na água do copo e logo após quebra-se em 3 partes) em um verde ou em água corrente. Fora de sua residência.

ÍNGUA
O benzedor leva o doente para fora de casa, à noite, e faz com que ele aponte uma estrela. Agitando um ramo verde de arruda ou alecrim, sobre a íngua, deve repetir 3 vezes: "Minha estrela rica e bela, esta íngua diz que morra vós e viva ela. Mas eu digo que viva vós e morra ela". Rezar a seguir um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.

CAXUMBA
Para combater a caxumba, esta benzedura é infalível. A própria mãe ou alguém da família pode fazê-la. Deve-se comprar uma colher pequena de pau ou pegar uma que nunca tenha sido usada. Em seguida, colocar pó de café numa xícara. Pegar a colher e ir mexendo o pó de café, enquanto isso, deve-se ir repetindo a seguinte frase: "Aquele que for assim marcado, da caxumba será curado". Ai, deve se passar a colher em cruz, 3 vezes sobre cada lado do pescoço, fazendo em cada um deles o Sinal-da-Cruz.

MAU OLHADO
Recebi essas palavras de Jesus.
Pelo teu corpo em cruz.
Assim como passa pela lua.
A lua pelo sol.
Quem comanda o teu corpo.
É o nosso senhor do céu.
Se esse mal no teu comer no teu beber.
No teu deitar, no teu vestir,
No teu andar no teu dormir;
Na tua formosura.
Com dois te botaram.
Com três eu tiro.

OUTRA VARIANTE
"Leva o que trouxeste!...
Deus me benza com sua santíssima Cruz!..
Deus me defenda dos maus olhos e maus olhados
E de todo o mal que me quiserem fazer...
Tu és o ferro e eu sou o aço;
Tu és o demônio e eu sou o embaraço...
Padre, Filho, Espírito-Santo."

ESPINHELA CAÍDA
"Espinhela caída
Portas para o mar!...
Arcas, espinhela,
Em teu lugar...
Assim como Jesus Cristo pelo mundo andou,
Arcas, espinhela,
Em teu lugar."

ÍNGUAS
"Minha estrela,
A minha íngua diz,
Que viva ela e morra vós.
Mas eu digo que viva vós e morra ela..."

ESPINHA NA GARGANTA
"Homem bom,
Mulher má,
Casa varrida,
Esteira rôta...
Senhor São Brás
Disse a seu moço,
Que subisse,
Ou que descesse
A espinha do pescoço..."

PARA ABRANDAR
"Minha Santa Catarina,
Vós sois a flor divina...
Em sexta-feira da paixão
Foste a casa de Adão,
Encontraste três mil homens
Bravos como um leão...
Todos eles abrandaste
Pela palavra da razão...
Assim vos peço que abrandeis
De Fulano... o coração..."

PICADA DE COBRAS
"Água benta na Igreja.
Jesus Cristo no altar;
Cobra abaixa a cabeça ó
Que eu quero passar."
Jesus é verbo,
Verbo é Deus,
Fulano tem um quebranto,
Benza-o Deus.
Deus te benza, e benza-te Deus:
De lua e d’ar e d’olhadela;
De dores nervosas e de sol no miolo;
De lua nas tripas e d’azar;
E de mal d’inveja e de tod’o mal
Dois olhos te viram mal.
E três te viram bem;
E Deus Pai, Deus Filho,
E Deus Espírito Santo Amém
Em louvor de Deus e da Virgem Maria
Um Padre Nosso e uma Ave Maria.

Obs. A oração pode ser rezada três vezes fazendo cruzes sobre a água. Verificado o mal benze-se a criança rezando a oração nove vezes: Três enquanto se fazem cruzes sobre a cabeça, outras três sobre o peito e as restantes sobre as costas.

MAL DE URINA
Senhor, pelo especial privilégio outorgado ao beato Libório contra os males do cálculo, pedra e urina, façais que (fulano) se veja livre do mal (pronuncia-se o nome da moléstia) de que padece.
Glorioso São Libório intercedei por nós. Amém
Ps.: Assinala-se a parte dolorida e rezam-se 3 Pai Nosso em Honra à Santíssima Trindade.

ROSÁRIO DE SANTO ANTÔNIO
Toma-se um terço, nas contas que representam os Padres Nossos, ao invés de se rezar esta oração diz-se:
Santo Antônio pediu
Santo Antônio rezou
Santo Antônio alcançou
* E nas contas destinadas às Ave-Maria são pronunciadas as seguintes palavras:
Eu hei de pedir
Eu hei de rogar
Eu hei de alcançar
* Ao se pronunciar estas últimas palavras, dizer o que se deseja

PARA CURAR DOR DE BARRIGA
Agua fria não faça mal a esta barriga, nem de noite, nem de dia, nem ao pino do meio-dia, nem às de horas do dia, por aqui passou o filho da Virgem Maria perguntando o que faria.
Obs. Rezam-se 3 P.N. e 3 A.M

REZA PARA DESMENTIDURA
Com os poderes de Deus e da Virgem Maria, Senhor Fortuoso, o que é que eu coso? Carne quebrada, servo desconjuntado, carne machucada, osso despartado.
Senhor São Fortuoso, eu rezo esta desmentidura, ofereço à São Fortuoso com os poderes de Deus e da Virgem Maria. Amém

COMO REZAR COM 1 GALHO DE ARRUDA
Fulano:
Deus te gerou
Deus te criou
Deus te livre de quem com maus olhos te olhou
Fulano:
Com dois te botaram,
Com três eu tiro,
Com os poderes de Deus e da Virgem Maria,
Eu curo quebranto,
Olhado, olhos maus
Olhos excomungados e feitiçaria.

COM 3 GALHOS DE ARRUDA
Fulano:
Deus lhe fez,
Deus lhe formou
E deus desolhe
Quem mal lhe olhou
Se for “olhado” ou quebranto ou pasmado
Ele seja tirado
Nas ondas do mar sagrado seja jogado
Que fique tão salvo
Como na hora em que foi batizado
Com os poderes de Deus e da Virgem Maria.

* (Rezar 3 A.M. e jogue os galhos de arruda bem longe do paciente, de preferência numa encruzilhada).
* Ps.: Para verificar se o indivíduo tem “olhado” é também usado o seguinte:
Toma-se de um prato com água e deixam-se cair 3 gotas de azeite doce na água, se o azeite se dissolver completamente na água é porque a pessoa tem “olhado”, se o azeite, porém não se dissolver é porque não tem “olhado”.

REZA ANTIGA PARA CORTAR QUALQUER FEITIÇO
Aquele que fica firme, com a assistência de Deus, repousará seguramente na proteção do Senhor e lhe dirá: em Vós porei toda a minha confiança. Foi Deus quem me livrou das ciladas do inimigo e das palavras perniciosas. Ele me defenderá. Sob suas asas descobrirei a esperança, sua verdade me servirá de escudo e eu não temerei fantasmas noturnos, nem seta que voe de dia, mil cairão à minha esquerda e dez mil à minha direita.
Vós sois o meu Deus e minha única esperança.
Assim seja.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa: Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Fonte de Pesquisa: http://www.genuinaumbanda.com.br/rezas_e_benzeduras.htm

Nome dos Caboclos

Os nomes usados pelas entidades espirituais, que apresentam-se como Caboclos, na Umbanda podem ser nomes indígenas de pessoas, como por exemplo: Cabocla Jurema ou podem ser referências a tribos ou troncos linguísticos, como Tupinambá. Podem ainda referir-se a nomes simbólicos, usados na Umbanda, como: Caboclo do Sol.
Outro fato que deve ser percebido é que alguns nomes de Caboclos, podem ser usados por falanges que vêm na vibração de dois ou mais Orixás, como por exemplo, o nome Cobra Coral, que é encontrado na vibração de Xangô ( mais comumente) e também na vibração de Oxóssi. Vale ressaltar que a listagem abaixo descrita, pode ser atualizada através de comentários com fontes de pesquisa.

CABOCLOS DE OGUM:
Águia Branca, Águia Dourada, Pena Vermelha, Sete Espadas, Espada Flamejante, Sete lanças, Tabajara, Tamoio, Tucuruvú, Sete Ondas, Sete Caminhos, Sete Matas, Rompe Fogo, Caboclo Pantera Negra, Tupuruplata, Akuan, Rompe Nuvem, Araribóia, Icaraí, Rompe Ferro, Beira Mar, Caiçara, Ipojucan,Itapoã, Águia Solitária, Caboclo Kaluanã, Jaguarê, Ubirajara, Rompe Aço, Caboclo Beira Mar, Caboclo Ogum Iara, Caboclo Ogum Megê, Caboclo Ogum Matinata, Caboclo Ogum Naruê, Caboclo Ogum das Matas, Caboclo Ogum Beira Rio, Caboclo Ogum de Lei, Caboclo Ogum de Ronda, Caboclo Ibiajara, Caboclo Guaçu, Caboclo Goitacá, Caboclo Apuana, Caboclo Tibiriçá.

CABOCLOS DE XANGÔ
Caboclo Sete Pedreiras, Caboclo Sete Cachoeiras, Caboclo Sete Pedras, Caboclo Sete Montanhas, Caboclo Cachoerinha, Caboclo Treme Terra, Caboclo Tupã, Cobra Coral, Caboclo Itapema,Caramuru, Urubatã da Guia, Treme Terra, Araúna, Cajá, Caboclo do Sol, Ubiratã, Juparã Mirim, Caboclo Itatiba,Caboclo Quebra Pedra, Guará, Caboclo Itajubá,Sete Trovões, caboclo Arranca-Toco, Pedra Preta, Caboclo Itapoã, Pedra Rôxa, Caboclo da Pedreira, Caboclo do Trovão, Caboclo Cachoeira, Caboclo Gira Mundo, Caboclo Apuã, Caboclo Guairá, Caboclo Itaúna, Caboclo Itabira,Caboclo Itambé, Caboclo Anajé, Caboclo Itagi,

CABOCLOS DE OXÓSSI
Sete Encruzilhadas, Mata Vírgem, Sete Flechas, Arruda, Pena Branca, Tupaíba, Tupiara, Aimoré, Tupinambá, Rompe Folha, Sete Matas, Junco Verde, Folha Verde, Japiassú, Paraguassu, Pena Verde, Caboclo Jibóia, Pena Azul, Flecheiro, Caçador, Pena Dourada, Ubá, Caboclo da Lua, Caboclo da Mata, Guarani, Arapuí, Serra Azul, Sete Serras, Tapuia, Flecha Dourada, Caboclo Aymoré, Caboclo Lírio Branco, Caboclo Tira-Teima, Caboclo Cipó, Caboclo Rôxo, Caboclo Jibóia, Caboclo Ubirajara, Caboclo Ubiracy, Caboclo Jiquitáia,Águia da Mata, Flecheiro do Fogo, Caboclo Apuama, Caboclo Jaguaruna, Caboclo Caiuá,

CABOCLOS DE OXALÁ
Caboclo Urubatão da Guia, Caboclo Araguacy, Caboclo Ibaté, Caboclo Mauá, Caboclo Ubirajara, Caboclo Jurandir, Caboclo Ventania, Caboclo Tamandaré, Caboclo Apoema, Caboclo Iandé, Caboclo Iaé, Caboclo Uanã, Caboclo Jaçanã, Caboclo Yacamim, Caboclo Ibaretama, Caboclo Araguaci, Caboclo Anhaguá, Caboclo Inaiê, Caboclo Taiguara, Caboclo Yakecan,

CABOCLAS DE OXÓSSI
Cabocla Jurema,Cabocla Jacira, Cabocla Flor de Lís, Cabocla Flor da Mata, Cabocla da Mata, Cabocla da Lua, Cabocla Lírio Branco, Cabocla Sete Flechas, Cabocla Sete Estrelas, Cabocla Samambáia, Cabocla Jandira, Cabocla Capotira,

CABOCLAS DE IANSÃ
Cabocla Raio de Luar, Cabocla Jussara, Cabocla Raio de Luz, Cabocla Raio de Sol, Cabocla Bartira, Cabocla Potira,Cabocla Cabocla do Vento, Cabocla Iacina, Cabocla Japotira, Cabocla da Chuva, Cabocla da Pedreira, Cabocla dos Raios, Cabocla Amanacy, Cabocla do Trovão, Cabocla das Folhas, Cabocla Sete Raios, Cabocla Tempestade, Cabocla Amanara, Cabocla Tainá,

CABOCLAS DE IEMANJÁ
Cabocla da Praia, Cabocla das Ondas, Cabocla Janaína,Cabocla Aci, Cabocla Guaraciaba, Cabocla Sete Ondas, Cabocla Jaciaba, Cabocla do Mar, Cabocla Estrela do Mar, Cabocla Juracy. Cabocla Ayrumã, Cabocla Jaciema,

CABOCLAS DE OXUM
Cabocla da Cachoeira, Cabocla Assucena, Cabocla Yara, Cabocla do Rio, Cabocla do Sol, Cabocla Irani, Inauê, Imaiá,Cabocla Igapira, Cabocla dos Lírios, Cabocla Jupira, Cabocla Jaci, Cabocla Iracema, Cabocla Iraí, Cabocla Iaciara, Cabocla Ibotira

Por Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa de Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Fonte da Pesquisa: Claudia Baibich

quarta-feira, 3 de março de 2010

Aniversário da Cabocla Juliana e Inauguração da SEDE da ACALUZ

Foi no último dia 20 de fevereiro de 2010, junto com a Comemoração dos 15 anos da Cabocla Juliana, e a inauguração da Sede da ACALUZ na Capital Belém, começou as 14h00 com muita doutrina e curimbas, Juliana estava como sempre radiante. Muitos zeladores que não foram para a corrente também se incorporaram para saudar a Cabocla aniversariante. Quando Juliana chegou tratou de chamar o caboclo de todos para comemorar com ela. Abaixo veja fotos da Festa, tiradas por nosso historiador Diego Bragança de Moura.

Obrigação da Cabocla Juliana

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Cabocla Juliana e Diego Bragança 

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Cabocla Juliana e Carlos André

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Cabocla Juliana e Marcio Lima (cambono da ACALUZ)
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Cabocla Juliana e Dna. Maria mãe do Zelador Adriano Figueiredo

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A Festa foi até as três da manhã regada de muita paz, luz e prosperidade, que a Cabocla Juliana possa cada vez mais nos abençoar no ano que vem. Axé e Luz a todos.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Fotos de Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ.

Rituais de Preces na Umbanda

A prece é um instrumento muito bendito criado como comunicação espiritual. Ela não é apenas uma importante parte da liturgia de qualquer doutrina ou religião, mas a tenha também como um momento de pura expressão da Fé. E, portanto, como tal, não exige complexidade ou grandes extensões em versos… porque o mais vale nessas horas é a nossa condição de sentir o que cada palavras pode estabelecer em termos de canal energético e astral.
Na Umbanda, assim como em muitos outros cultos por ai, a oração também pode servir como fonte de estudo e oração. Saber o que se falam para cada Guia e Orixá, em momentos de rezas e dedicações também são excelentes formas de conhecer um pouco mais sobre cada um. Características, conceitos, atribuições.
Foi pensando nisso que resolvi fazer este apanhado de Oração. Primeiro para registrar um incentivo e um destaque ao valor da prece. Para que mais pessoas possam se utilizar dela em seua dia a dia. Segundo porque aprendi muito com as rezas feitas por outras pessoas, em livros ou em sessões, justamente por carregarem um dos principais preceitos da nossa querida Umbanda: o fundamento. NADA, em Umbanda Sagrada é escolhido de forma aleatória ou sem a devida propriedade. O mesmo, então, acontece com as orações. Lê-las e compreendê-las, deixar-nos tocar por seus apelos e emoções, a medida que os olhos percorrem, distraidamente, suas vistas sobre cada um dos seguintes versos, é -sem dúvida nenuma – um modo muito bonito de sentirmos um pouco mais das vibrações que se alcança dentro da Teogonia Sagrada dos Orixás!

1. PRECE A OXALÁ
Nosso Pai Bondoso e Misericordioso. Babá Okê, cacubeká… Meu Pai das Colinas, olhai por nós. Assim como criastes todos os Orixás, Oxalá-Lufã, Oxalá-Guiã, Deus eterno e criador do Universo Celeste. Dai-nos a vossa bênção. Ó Divino Mestre, deixai-nos apoiar em vosso cajado de esperança. Alá, Babá, Orun… Alá, Orixá… Para que vosso Manto Sagrado possa proteger-nos com vossas bênçãos e benevolências. Orixá Babá… Olorun Ifé… Exê Eú pá Babá… Axé Babá!

2. PRECE À IEMANJÁ

Poderosa força das águas. Inaê, Janaína, Sereia do Mar. Saravá minha Mãe Iemanjá! Leva para as profundezas do teu mar sagrado. Odoiá… Todas as minhas desventuras e infortúnios. Traz do teu mar todas as forças espirituais para alento de nossas necessidades. Paz, esperança, Odofiabá… Saravá, minha Mãe Iemanjá! Odofiabá…

3. PRECE A XANGÔ

Senhor de Oyó. Pai justiceiro e dos incautos. Protetor da fé e da harmonia. Kaô Cabecile do Trovão. Kaô Cabecile da Justiça. Kaô Cabecile, meu Pai Xangô. Morador no alto da pedreira. Dono de nossos destinos. Livrai-nos de todos os males. De todos os inimigos visíveis e invisíveis. Hoje e sempre, Kaô meu Pai.

4. PRECE À IANSÃ

Oiá… Oiá… nossos passos. Iansã, Deusa máxima do Cacurucaia… Bamburucena, Rainha, Mãe e Protetora. Eparrei nossa mãe Divina. Deusa divina dos ventos e das tempestades. Deixa-nos sentir também a tua bonança. Iansã dos relâmpagos, dá-nos uma faísca da tua graça divina. Eparrei, Eparrei… Oiá!

5. PRECE A OGUM

Orixá, protetor, Deus das lutas por um ideal. Abençoai-me, dai-me forças, fé e esperança. Senhor Ogum, Deus das guerras e das demandas, livrai-me dos empecilhos e dos meus inimigos. Abençoai-me neste instante e sempre para que as forças do mal não me atinjam. Ogum Iê, Cavaleiro Andante dos caminhos que percorremos. Patacori… Ogum Iê… Ogum meu Pai, vencedor de demandas… Ogum Saravá Ogum… E que assim seja!

6. PRECE A OXOSSI

Okê… Okê Cavaleiro de Aruanda! Okê… Rei dos Caboclos e das Matas! Senhor Oxossi, que as suas matas possas estar repletas de Paz, Harmonia e Bem-Aventurança. Meu Pai Oxossi, Rei dos Caçadores, não permita que eu me torne uma presa dos malefícios nem dos meus inimigos. Okê, Okê, meu Pai Oxossi! Rei das Matas de Aruanda. Okê Arô!

7. PRECE À OXUM

Canto sereno que assobia, nos regatos lagos e cachoeiras. Senhora faceira de beleza e ternura. Protetora das crianças e de todos os que necessitam de tua graça. Mamãe Oxum, Deusa formosa dos rios. A Mãe das Águas Doces, acolhe-nos em teu seio, proporciona-nos paz e alegria. Saravá Mamãe Oxum! Ora Iê Ie!

8. PRECE A OBALUAIÊ-OMULU

Dominador das epidemias. De todas as doenças e da peste. Omulu, Senhor da Terra. Obaluaiê, meu Pai Eterno. Dai-nos saúde para a nossa mente, dai-nos saúde para nosso corpo. Refoçai e revigorai nossos espíritos para que possamos enfrentar todos os males e infortúnios da matéria. Atotô meu Obaluaiê! Atotô meu Velho Pai! Atotô Rei da Terra! Atotô Babá!

9. PRECE À NANÃ BURUQUÊ

Mãe protetora de todos nós. Senhora das águas opulentas. Deusa das chuvas benévolas. Deixa cair sobre nós a chuva divina da tua bondade fecunda e infinita. Salubá Nanã Buruquê! Purifica com tuas forças nossa atmosfera para que possamos ser envolvidos pelos teus olhos maravilhosos. Salubá Nanã Buruquê! Salubá!

9. PRECE AOS PRETO VELHOS

Meus benditos Pretos e Pretas Velha. Meus Santos, guias e espíritos protetores. Mestres divinos da Linha das Almas.. Abençoai esta casa e os meus passos. Aplacai as forças dos nossos inimigos. Meus queridos Pretos Velhos, que a sua candura e bondade recaia sobre nó como o véu do divino amor. Meus Pretos Velhos, dai-nos a fé, a esperança e a felicidade. Eu adorei as Almas! Saravá, meus Pretos Velhos!

10. PRECE AOS CABOCLOS

Do sabiá, ao primeiro trinado,
Ergue-se o homem, ainda cansado,
Do sono dormido e que não descansou.
Caminha até a porta, com muito vagar,
E olhando o infinito, se põe a rezar,
A oração do caboclo (dizer o nome do caboclo)
Que a terra ensinou.
Do sol que renasce, o primeiro clarão,
Clareia o caboclo, que de pé no chão,
Vai outra batalha, sozinho enfrentar.
E assim o caboclo, na luta sem fim,
Caminha ao perfume da flor de jasmim,
Rezando a oração que a terra ensinou.

11. PRECE DE ABERTURA DOS TRABALHOS

Pai Misericordioso e Justo, Criador do Universo, lançai as vossas bênçãos sobre os vossos filhos em Vosso Sagrado Nome, que vão executar neste terreiro, em benefício dos seus irmãos, também Vossos filhos. Pai Misericordioso e Justo, daí permissão aos Espíritos de Luz, aos Irmãos superiores, aos Anjos, aos Santos, aos Orixás e Chefes de Falange e seus comandados, aos Caboclos e Pretos Velhos, espíritos do mar, dos rios, das fontes e das cachoeiras, a todos os espíritos puros e purificados, que lancem sobre este terreiro as suas irradiações salutares, seus fluidos regeneradores, tudo em benefício dos que aqui vem em busca de alívio, socorro e cura para seus sofrimentos físicos e espirituais. Oxalá, poderoso e chefe de bondade, lançai sobre nós os vossos influídos, infundindo em todos nós a resignação, a boa vontade e a fé para desempenharmos as nossas tarefas. Anjos da guarda, Guias e Protetores, derramai a Vossa influência sobre os médiuns aqui presentes, para que possuídos da vossa energia, possam eles transmiti-la aos irmãos necessitados de amparo. Espíritos de luz, daí aos médiuns a vossa força para que eles a possam transmitir aos irmãos que tanto necessitam recebê-la. Que as forças do Universo, sob a ação dos Irmãos, dos Guias, dos Protetores e dos Anjos da Guarda, venham a se derramar luminosas, benéficas e fortes neste ambiente, para que ele fique completamente iluminado e purificado com o afastamento dos elementos perturbadores da Terra e do Espaço. Que assim seja…”

12. Orações a Cabocla Jurema

Juremá, Linda Cabocla de Pena
Rainha da Macaiá
Ouve o meu Clamor.
Jurema me livra dos perigos e das maldades
Ô Cabocla, tu que és Rainha da folha
Nunca me deixe em falta
Que o teu bodoque seja sempre certeiro
Contra os que tentarem me destruir.
Jurema caminha comigo, ô Cabocla
E me ajuda nesta jornada da Terra.
Jurema que a sua força, junto com vosso Pai Caboclo Tupinambá
Me acompanhe hoje e sempre
Em nome de Zambi,
Salve a Cabocla Jurema!
Okê Arô, minha Cabocla…

Que estas orações venha abrandar dar muito Axé e Luz aos corações, lares e templos de Umbanda.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da Acaluz
Pesquisado. Por Diego Bragança de Moura.