A frase ecoa por todos os terreiros, ultrapassa as giras, está em quase todos os livros, é motivo de aceitação coletiva e todos já um dia a pronunciaram: “O primeiro passo para a queda de um médium é a vaidade.”
Muito já se falou e se fala sobre o assunto, porém ainda repetidamente em todos os cantos dessa terra, sacerdotes curvam-se as intenções humanas (quando não outras) e acham que possuem algo especial que outros não têm e em alguns casos chegam a se sentir verdadeiras divindades. Este processo se dá em todas as fases do aprendizado espiritual sem distinção de idade ou sexo, mas nos Pais de Santo existe uma lente de aumento, porque são a minoria e ao mesmo tempo o espelho do terreiro.
Existem pessoas que realmente são impares, seu entendimento espiritual tem dimensões que é desconhecido da grande parcela de reencarnados neste planeta, mas é apenas isso. Entendimento espiritual não é poder, na verdade é responsabilidade porque tudo e qualquer poder emana apenas de Deus.
O entendimento espiritual está diretamente proporcional a capacidade da criatura humana se situar dentro da criação, conhecer a lei de Deus e viver sobre esta. Observe grandes espíritos que aqui estiveram e nada possuíram, eles nunca se auto intitularão nada, mas foram colocados em situação de destaque por sua comunidade, seu povo ou pela humanidade e ainda assim seguiram-se simples na meta de cultivar raízes com o criador.
Tomemos como exemplo alguns pilares de algumas religiões para que possamos nos referenciar:
1. Jesus: Próprio Deus encarnado foi um carpinteiro.
2. Siddhartha: Um príncipe que fez votos de pobreza e alcançou o estado de Buda.
3. Gandhi: Advogado que largou tudo em pró de uma revolução pacífica na Índia.
4. Chico Xavier: Um dos pilares do espiritismo, humilde servidor publico aposentado.
Interessante vermos que em tão grandes personalidades espirituais foram pessoas simples, o que nos remete ao pensamento que a capacidade espiritual é totalmente distinta de capacidade intelectual e financeira como priorizamos no presente momento.
E na Umbanda? A maioria dos grandes autores e dos pensadores em destaque se remete a justamente o oposto: Se auto intitulam Grandes Magos, falam a todos como tem outorga no plano espiritual, que em outras reencarnações foram sempre algo de destaque em castas sensacionais como se isso fosse pré requisito para reconhecimento de serem pessoas capazes de dizer algo mais sobre a espiritualidade e trazer com sigo o brasão de Deus.
Já observou um mendigo na rua? Boa parte dos Umbandistas explica que este está sofrendo por vidas passadas porque anteriormente fez isso e aquilo. Mas se pensarmos em outra direção? E se esse não for o ultimo patamar de ascensão espiritual daquela pessoa, que após o desencarne militará com um Caboclo ou um Preto-Velho e que está neste momento se curvando à abdicação de tudo, a humildade de ter uma vida que não corresponde a sua capacidade espiritual, mas mesmo assim é uma pessoa sensata, feliz e de bem com a humanidade e com Deus. Se você tivesse a certeza de que isso é verdade, como trataria esse mendigo?
Porque uma pessoa de destaque na Umbanda não pode ter sido em outras encarnações um sapateiro, um ajudante de cozinha? Isso é desmerecer a capacidade espiritual? Alias, o que a pessoa foi em outras encarnações é realmente necessário saber? Isso atende a que propósito nos dias de hoje?
O verdadeiro poder vem da compreensão do outro, da fé, do amor pleno e da capacidade de sentir Deus, se um Umbandista não estiver traçando este caminho ele não está no caminho da Umbanda, pois nenhum de nós tem poder. O que temos é a permissão de Deus de usar seu poder em pró dos que necessitam dele.
Pesquisa do Adriano Figueiredo
linck da Pesquisa: http://nossaumbanda.wordpress.com/2009/11/18/onde-esta-o-poder/
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