Os verdadeiros Chefes de Terreiros, que recebem a outorga para abrirem e manterem nossos queridos templos de Umbanda normalmente tem uma das missões mais árduas dentro da religião. Embora sempre visados e invejados, muitas vezes até difamados de forma grosseira e covarde, tem que estar à disposição de todos do terreiro seja da assistência, seja dos membros com suas dúvidas, necessidades, temores e anseio de informações.
Por ter estas tarefas e muitas outras que conhecemos e outras que nem podemos imaginar é que esta edificante pessoal, o Chefe do Terreiro, presta inestimáveis serviços a Umbanda, as pessoas e a espiritualidade.
Contudo, assim como qualquer ser encarnado no nosso planeta este passa dos seus áureos momentos de vigor físico para a frágil condição que a velhice nos acorrenta e em algum momento de sua vida terá que se dedicar mais a observar os trabalhos conduzidos por outros isso quando as enfermidades várias não tomarem grande parte do seu tempo e remédios intermináveis lhe farão parte do cotidiano.
Até então nada de mais, todos nós passamos por isso. O grande problema oculto em muitos rincões desta nossa Umbanda é que para ser no mínimo um bom Chefe de Terreiro tem-se que doar muito do seu tempo e vigor, porém no momento que ele mais necessita a maioria das pessoas com quem já interagiu simplesmente o abandona a sua própria sorte.
Nós, médiuns fazemos o trajeto casa terreiro algumas vezes por semana (quanto não apenas uma) e continuamos nossa pacata vida de trabalhadores, com décimos-terceiros, previdência publica ou privada, férias e esquecemos que em muitos casos nossos Chefes de Terreiros não tem condições financeiras abundantes quanto não muito trabalham quase que exclusivamente para o terreiro.
Porque quando entramos em assuntos sobre o vil metal os ânimos se modificam, os sovinas se articulam, os sem consciência se espantam e os conscientes se omitem? Sim um Chefe de Terreiro necessita também ter uma vida digna e moderada em se tratando de finanças para que possa ter tranqüilidade como muitos de nós temos para desenvolver suas atividades espirituais e físicas.
O primeiro passo é o corpo mediúnico verificar a quantidade de horas que o Chefe do Terreiro está se dedicando aos propósitos do terreiro e se for um tempo que seja considerado grande (tirando a liturgia, para mim 28h semanais, chegando a ser a única atividade) este deve ser mantido pela casa (seus médiuns) de forma profissional, principalmente no que se diz respeito a um plano de saúde realmente amplo e eficaz e uma aposentadoria privada que lhe assegure a dignidade quando envelhecer.
Só assim, todas as gerações que acompanharam o terreiro poderão de alguma forma contribuir com aquele que sempre esteve lá à disposição em corpo e alma, doando vibração, oração, amor e fé, mas que como todos nós em algum momento da sua vida não terá forças para fazê-lo. Não porque não deseja mais, mas por imposição das leis de Deus.
Pesquisa por Adriano Figueiredo Leite
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