quarta-feira, 27 de outubro de 2010

História do Hino da Umbanda



Queridos irmãos Umbandistas,

Acredito que todos já tenham ouvido em seus Terreiros este maravilho Hino de nossa amada Religião.
Talvez alguns Umbandistas ainda não o conheçam, e para estes, registramos a letra no banner ao lado, que fica fixo no blog, e abaixo um pouco da História do Hino da Umbanda.
Caso queiram ouvir poderão fazer o Download do Hino nos padrões: MP3, Real Áudio e WMA na seção de multimídia do site Estudando a Umbanda - http://umbanda.ezdir.com.br.
Pois bem, meus irmãos, este hino maravilhoso, que fala de Paz e de Amor, que faz com que fiquemos arrepiados de emoção, quando é executado, infelizmente não possui suas origens conhecidas, provavelmente por quase 99% dos Umbandistas.
Para entender a Música devemos saber que a mesma está ligada a história de seu autor: José Manuel Alves, nascido em 05 de Agosto de 1907 em Monção, Portugal, este Leonino, já em sua terra natal era ligado a Música, tendo dos 12 aos 22 anos tocando clarinete na Banda Tangilense, em sua cidade natal.
Com pouco mais de 20 anos, em 1929, vem para o Brasil, indo residir no interior do Estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública, onde ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.
Em paralelo a esta função exerceu a carreira de compositor de Músicas Populares e, ao longo da mesma compôs dezenas de músicas as quais foram gravadas por famosos intérpretes da época: Irmãs Galvão, Osni Silva, Ênio Santos, Grupo Piratininga, Carlos Antunes e Carlos Gonzaga entre outros.
Suas composições mais famosas foram: Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou a marcha “Pombinha Branca” de sua autoria em parceria Reinaldo Santos; em 1956, Zaccarias e sua Orquestra gravaram o dobrado “Quarto Centenário”, de sua parceria com Mário Zan.
Compôs ainda valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais. Em 1957, realizou sua única gravação no antigo disco de vinil, o “LP”, acompanhado de sua banda, sendo a gravadora a RCA Victor.
Mas… e a Umbanda? Aonde entra? Para a Umbanda, e para vários Terreiros compôs diversos pontos gravados por diversos intérpretes, como por exemplo, “Saravá Banda” gravado em 1961 por Otávio de Barros, “Prece a Mamãe Oxum” gravado em 1962 pela cantora Maria do Carmo. Além destes temos: “Pombinha branca” (com Reinaldo Santos), “Ponto de Abertura” (com Terezinha de Souza e Vera Dias), “Ponto dos Caboclos”, “Prata da Casa”, “Prece a Mamãe Oxum”, “Xangô Rolou a Pedra”, “Xangô, Rei da Pedreira”, “São Jorge Guerreiro”, “Saravá Oxóssi”, “Homenagem à Mãe Menininha” (c/ Ariovaldo Pires), Saudação aos Orixás, além do Hino da Umbanda.
Mas como foi estabelecida a sua ligação com a Umbanda? Cego de nascença, José Manuel Alves foi, no início da década de 60, em busca de sua cura. Foi procurar a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade do médium Zélio de Morais, fundadores da Umbanda.
Embora não tenha conseguido sua cura porque, segundo consta, sua cegueira era de origem cármica, José Manuel Alves ficou apaixonado pela religião e, ainda em 1960, fez o Hino da Umbanda para mostrar que esta Luz Divina, que vem do Reino de Oxalá, não é para ser vista com os olhos físicos, que voltarão ao pó, mas sim com olhos do espírito, no encontro da mente com o coração …
O Hino foi apresentado ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que gostou tanto do mesmo que resolveu apresentá-lo como Hino da Umbanda no 2º Congresso de Umbanda em 1961, sendo oficializado na 1ª Convenção do CONDU - Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda em março de 1976.
Podemos nesta pequena história ver que este hino é fruto de um Amor muito grande pela Umbanda, Amor este oriundo de uma Fé profunda, daquelas obtidas com a Humildade e a Resignação ante ao Conjunto de Leis do Pai Maior.
Vamos prestar então nossa Homenagem, agradecendo a Deus e ao Mestre Oxalá, a oportunidade de poder cantar este Hino e ao seu autor, José Manuel Alves, que mostrou com este Hino que a Luz da Umbanda, esta Luz Divina, atravessa todos os obstáculos e é capaz de iluminar a existência de cada um de nós! Sarava Umbanda!

Postado Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa: Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Fontes de consulta:

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Feitiço com Sapo Cururú



A foto em destaque é de um sapo cururu em perfeito estado e que são usados em ritual de magia.



O caso que aqui descreverei é verídico e comprovado com foto, conforme vemos acima...

Aconteceu com um amigo meu de Cachoeira do Arari na Ilha de Marajó, cujo nome não precisa ser comentado, passou por uma situação difícil esta semana, achou nas dependências de sua residência um sapo do tipo "CURURU" (bastante conhecido em nossa região). O nome cururu é originário da língua tupi, onde kuru'ru é a designação popular dada aos grandes sapos do gênero Bufo. O referido sapo estava sem os olhos e sem a língua...

Este é um feitiço clássico e pode ser usado de várias formas (de muita maldade) contra as pessoas. Uma das práticas mais conhecidas é a de escrever um nome no papel, colocar dentro da boca de um sapo e costurar a boca do animal, esse ritual traz desgraças em geral para a pessoa que teve seu nome utilizado no referido ritual. Ou, em outros casos, segundo alguns feiticeiros conhecidos em nossa região, cria-se o sapo como sendo a pessoa a quem se quer atingir, batizando-o com água benta dentro de uma igreja católica, na pia batismal, dando ao sapo, o nome completo da pessoa a que se quer atingir, e tratando-o como se fosse realmente a pessoa, com comida e bebida... Após alguns dias, faz-se o ritual de magia, arrancado-se os olhos e a língua para que este não possa mais enxergar e nem muito menos comer. O sapo deve permanecer vivo... O cuidado de deixa-lo vivo é justamente para que este sofra até a morte sentindo dor, fome, sede e desespero. Pois a magia não para apenas nisso, o sapo é colocado em uma gaiola ou caixa, em sua frente é colocado comida e água. Assim a pessoa a qual o sapo foi relacionado passará pela mesma agonia, sentirá fome e sede e não conseguirá beber e nem comer, até chegar a óbito após muito sofrimento, perda de peso, o corpo fica pele sobre os ossos. Geralmente quem é atacado por um feitiço com sapo cururu, morre de câncer no estômago, queda de cabelo, falta de apetite, excesso de sede sem poder tomar uma gota d'água.

Meu amigo, me informou somente uma semana após o acorrido, dizendo que ficou sem saber o que fazer na hora, unica coisa que ele fez de diferente foi tirar uma foto para mostrar a todos... pegou o sapo com uma sacola plástica, o sapo já estava na beira da morte e jogou para um lugar longe de sua casa para que não viesse a dar mau cheiro...

Em nenhum momento ele atentou que poderia ser um feitiço para ele ou para alguém na sua família.

Expliquei que o certo era ter chamado alguém da nossa religião e informasse do ocorrido. Com certeza alguém saberia o que fazer com o sapo cego e sem língua. Agora meu amigo está em casa acamado, está bem, está fazendo tratamento espiritual, já passou por alguns rituais de limpeza e ebós de quebra feitiço... Não posso relatar muita coisa a pedido dele, mas peço, se passarem por esta situação procurem alguém que entenda do assunto antes de tocar na magia feita. Pois, não se sabe o prejuízo que ela causará.

Estamos abertos a perguntas com resposta enviadas para o e-mail pessoal de cada um, tirando dúvidas a cerca do que fazer quando se deparar com um feitiço desta grandeza.

Texto. Adriano Figueiredo - Presidente da ACALUZ.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Familia Real dos Encantados


Os encantados não são espíritos desencarnados; são pessoas, ou até animais, que viveram mas não chegaram a morrer, sofreram antes a experiência do encantamento e foram morar no invisível. De vez em quando saem de lá, pegam carona na asa do vento e vêm à terra, no corpo dos iniciados, para dançar, dar conselhos, curar doenças, jogar conversa fora e matar as saudades do povo que continua por aqui.

Descem pela Croa* (cabeça) cada um com seu respectivo gênio, com sua formalidade. Dividios em famílias, que entre as quais são classificadas desta forma:

1. Família do Lençol: O nome é uma referência à Praia do Lençol, onde se acredita teria vindo parar o navio do Rei Dom Sebastião, desaparecido na Batalha de Alcacequibir. É uma família de reis e fidalgos, denominados encantados gentis. Dona Jarina é a princesa encantada do Lençol que dá nome a vários terreiros de mina, como por exemplo a Casa das Minas de Tóia Jarina em São Paulo. Seus principais componentes são:
a) Os Reis e Rainhas: Dom Sebastião, Dom Luís, Dom Manoel, Dom José Floriano, Dom João Rei das Minas, Dom João Soeira, Dom Henrique, Dom Carlos, Rainha Bárbara Soeira;
b) Os Príncipes e Princesas: Príncipe Orias, João Príncipe de Oliveira, José Príncipe de Oliveira, Príncipe Alterado, Príncipe Gelim, Tói Zezinho de Maramadã, Boço Lauro das Mercês, Tóia Jarina, Princesa Flora, Princesa Luzia, Princesa Rosinha, Menina do Caidô, Moça Fina de Otá, Princesa Oruana, Princesa Clara, Dona Maria Antônia, Princesa Linda do Mar, Princesa Barra do Dia;
c) Os Nobres: Duque Marquês de Pombal, Ricardinho Rei do Mar, Barão de Guaré, Barão de Anapoli. As cores da família são azul e branco para os encantados femininos e vermelho para os encantados masculinos.

2. Família da Turquia: Chefiada pelo Pai Turquia, rei mouro que teria lutado contra os cristãos. Vindos de terras distantes, chegaram através do mar e têm origem nobre. Seus principais componentes são: Mãe Douro, Mariana, Guerreiro de Alexandria, Menino de Léria, Sereno, Japetequara, Tabajara, Itacolomi, Tapindaré, Jaguarema, Herundina, Balanço, Ubirajara, Maresia, Mariano, Guapindaia, Mensageiro de Roma, João da Cruz, João de Leme, Menino do Morro, Juracema, Candeias, Sentinela, Caboclo da Ilha, Flecheiro, Ubiratã, Caboclinho, Aquilital, Cigano, Rosário, Princesa Floripes, Jururema, Caboclo do Tumé, Camarão, Guapindaí-Açu, Júpiter, Morro de Areia, Ribamar, Rochedo, Rosarinho. São encantados guerreiros e sua cantigas falam de guerra e batalhas no mar. Dizem que nasceram das ondas do mar. Alguns dos encantados turcos têm nomes que lembram postos de guerra ou de marinheiro, outros, nomes indígenas. Algumas dessas entidades, como na Família do Lençol, estão ligadas às narrativas míticas das Cruzadas e das guerras de Carlos Magno, muito presentes na cultura popular maranhense. São suas cores: verde, amarelo e vermelho.

3. Família da Bandeira: Família de guerreiros, caçadorese e pescadores chefiada por João da Mata Rei da Bandeira, tendo como componentes Caboclo Ita, Tombacé, Serraria, Princesa Iracema, Princesa Linda, Petioé, Senhora Dantã, Dandarino, Caboclo do Munir, Espadinha, Araúna, Pirinã, Esperancinha, Caboclo Maroto, Caçará, Indaê, Araçaji, Olho d’Água, Espadinha, Jandaína, Abitaquara, Jondiá, Longuinho, Vigonomé, Rica Prenda, Princesa Luzia, Princesa Linda, Tucuruçá, Beija-Flor, Jatiçara, Pindorama. São encantados nobres e mestiços. Suas cores: verde, branco, amarelo e vermelho.

4. Família da Gama: São encantados nobres e orgulhosos. Seu símbolo é uma balança. São os encantados: Dom Miguel da Gama, Rainha Anadiê, Baliza da Gama, Boço Sanatiel, Boço da Escama Dourada, Boço do Capim Limão, Gabriel da Gama, Rafael da Gama, Jadiel, Isadiel, Isaquiel, Dona Idina, Dona Olga da Gama, Dona Tatiana, Dona Anástácia. Cores: vermelho e branco.

5. Família de Codó ou da Mata de Codó: Município do interior do Maranhão, Codó é um importante centro de encantaria do tambor-de-mina. Seus caboclos, em geral negros, têm como líder Légua-Boji. Segundo Mundicarmo Ferretti, “são entidades caboclas menos civilizadas e menos nobres, que vivem, geralmente, em lugares afastados das grandes cidades e pouco conhecidos e que costumam vir beirando o mar ou igarapés.” São eles: Zé Raimundo Boji Buá Sucena Trindade, Joana Gunça, Maria de Légua, Oscar de Légua, Teresa de Légua, Francisquinho da Cruz Vermelha, Zé de Légua, Dorinha Boji Buá, Antônio de Légua, Aderaldo Boji Buá, Expedito de Légua, Lourenço de Légua, Aleixo Boji Buá, Zeferina de Légua, Pequenininho, Manezinho Buá, Zulmira de Légua, Mearim, Folha Seca, Maria Rosa, Caboclinho, João de Légua, Joaquinzinho de Légua, Pedrinho de Légua, Dona Maria José, Coli Maneiro, Martinho, Miguelzinho Buá, Ademar. Cores: mariscado de Nanã, marrom, verde e vermelho.

6. Família da Baia: São os caboclos baianos também popularizados através da umbanda, mas o tambor-de-mina não os reconhece como originários do Estado da Bahia, mas de uma baia no sentido de acidente geográfico ou de um lugar desconhecido existente no mundo invisível. São eles: Xica Baiana, Baiano Grande Constantino Chapéu de Couro, Mané Baiano, Rita de Cássia, Corisco, Maria do Balaio, Zeferino, Silvino, Baianinho, Zefa e Zé Moreno. Brincalhões e muito falantes, os baianos mostram-se sensuais e sedutores, às vezes inconvenintes. Cores: verde, amarelo, vermelho e marrom.

7. Família de Surrupira: Família de caboclos selvagens, como índios. Feiticeiros e “quebradores de demanda”: Vó Surrupira, Índio Velho, Surrupirinha do Gangá, Marzagão, Trucoeira, Mata Zombana, Tucumã, Tananga, Caboclo Nagoriganga, Zimbaruê.

8. Outras famílias de encantados: Família do Juncal, de origem austríaca; Família dos Botos; Família dos Marinheiros, cujo emblema é uma âncora e um tubarão; Família das Caravelas, que são peixes do oceano e não devem ser confundidos com a embarcação; Família da Mata, à qual pertencem muitos caboclos cultuados também na umbanda, como Caboclo Pena Branca, Cabocla Jacira, Cabocla Jussara, Sultão das Matas, Caboclinho da Mata, Caboclo Zuri e Cabocla Guaraciara.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

terça-feira, 20 de julho de 2010

Historiador da ACALUZ



DIEGO BRAGANÇA DE MOURA
Cidade natal: Cajueiro/Alagoas
Nascido em 30 de outubro de 1985
Identidade étnica: Negro
Caboclo de Devoção: Tombacé das Oliveiras - Borboleta

FORMAÇÃO ACADÊMICA:
Bacharelado/Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Pós-Graduação Lato Senso em Educação para as Relações Étnico-Raciais, História e Cultura Afro- Brasileira e Africana pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia pelo Instituto de Educação e Cultura do Pará (IEPA). Historiador/Pesquisador da Associação Cultural Axé e Luz (ACALUZ). 


ÁREAS DE INTERESSES:
Suas áreas de interesses buscam interconexões com temáticas que discutam questões de Patrimônio Cultural, Museologia, Cultura Popular, Memória, Identidade, Representações Sociais do Racismo, Linguística, História, Religiosidade, Preconceito, Questões Políticas, Sociais e Educacionais.


Contatos: E-mail: diegobm20@gmail.com (para recebimento de dúvidas, sugestões e críticas)

https://www.facebook.com/diegobragancademoura (Facebook)

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cantando para Bandeirantes

Família da Bandeira



O movimento dos bandeirantes, ou simplesmente bandeiras, foi um movimento iniciado em meados do século XVII. Os bandeirantes foram, praticamente, os desbravadores do Brasil. Bartolomeu Bueno da Silva, Antônio Raposo Tavares, Manuel de Borba Gato e Fernão Dias Pais são alguns dos mais famosos bandeirantes.

No início do movimento, os bandeirantes adentravam o país em busca de índios para serem escravizados. Depois que a escravidão de índios deixou de ser usual, ele passaram a procurar no interior do país metais preciosos. Foi aí que o ouro foi descoberto em Cuiabá e também em Minas Gerais. Goiás também teve suas cidades mineradoras como a antiga Vila Boa – atual Cidade de Goiás – e Pirenópolis. Os bandeirantes também capturavam escravos fugitivos que se embrenhavam dentro de matas para formar quilombos. O Quilombo dos Palmares, por exemplo, foi destruído por um grupo de bandeirantes.


Durante suas aventuras no território brasileiro, os mantimentos dos bandeirantes muitas vezes acabavam. Assim, eles eram obrigados a montar acampamentos para plantar e fazer reposição do estoque de mantimentos. Esses acampamentos davam origem a pequenos arraiais. Os arraiais formados por causa da mineração, muitas vezes desapareciam junto com a prospecção ou então davam origem a municípios.

Os bandeirantes levavam arcabuzes, bacamartes, pistolas, chumbo e pólvora, machados, facas, foices e cordas para prender e conduzir os índios escravizados. Apesar de representados, em pinturas e esculturas, como homens bem vestidos, andavam descalços, usando grandes chapéus de abas largas e gibões de algodão acolchoados para se proteger das flechas. Caminhavam em fila indiana, uma influência indígena. Durante o tempo que passavam no sertão, o alimento básico era a "farinha de guerra", feita de mandioca cozida e compactada, além do que encontrassem na mata. Dependiam da caça, da pesca, das ervas e raízes, do mel silvestre e, quando adoeciam recorriam aos recursos da flora e da fauna utilizados na "medicina" indígena, conhecidos mais tarde, em toda a Colônia, como "remédios de paulistas".

"Com o tempo, passaram a plantar roças de subsistência ao longo dos caminhos percorridos, que eram colhidas na volta ou deixadas para outras bandeiras".

I.
Meu Pai ganhou bandeira
Na mata do Araçá
Chegou caboclo em terra
Chegou sem Caçará..
Caçará Caboclo
Pedra de Itacolomi
Salve o Rei da Bandeira
E a folha do Ariri…

II.
Eu sou aquele caboclo
Que já venci trincheira
Me Chamo Caçará
Filho do Rei da Bandeira
(Pontos enviados por Erickson Lima)
———-
III.
Olho d’água
Seu Olho d’água popocou na areia
Popocou na areia
Popocou na areia do mar.
O Seu navio encalhou na areia
O Seu navio afundiou no alto mar
———-
IV.
Areinha
Eu sou aquele caboclo
Nasci em um morro de areia (bis)
Me chamo Areinha
Filho do Rei da Bandeira

V.
Princesa Iracema
Ô Irá
Ô Iracema (bis)
Sou a cabocla guerreira
Sou a Cabocla Iracema (bis)
Senhora Dantã
Ô lá vem Dantã

VI.
Vestida da cor de pavão
Como ela vem tão bonita
Com a borboleta na mão.

———-
VI.
Caboclo Serraria
Terra de caboclo
É uma grande encantaria (bis)
Lá vem caboclo
Lá da Serraria (bis)

VII.
Princesa Iracema
Quem quizer viver sobre a terra
Quem quizer viver sobre o mar (bis)
Salve a Princesa Iracema
Salve a sereia do mar (bis)

———-
VIII.
Abitaquara
Abitaquara é guerreiro
Guerreiro que sabe guerrea
Ele é filho da Bandeira
Bandeira, bandeira imperial.
———-
IX.
Cabocla Ita
Ô Ita
Companheira Ita
Ô Ita
Vamos pelejar (bis)
No mar já não tem canoa
Passarinho avoa
Passo avuadoor (bis)
____-

X.
Eu vou fazer uma viagem
Uma viagem de vapor
Na Ilha dos Carangueijos
Cabocla Ita se encantou
Andei, andei minha senhora
E acá cheguei .
(Pontos enviados por Salomão)
______-
XI.
Caboclo do Munir
Eu sou caboclo que vem do Munir (bis)
Ôh caboclo é feio, anda sozinho. (bis)
______ -

XII.
Caboclinho
Numa raiz de coral
Foi aonde eu nasci (bis)
Sou eu Caboclinho sou eu
Da praia do Ariri. (bis)

_______-
XIII.
Cabocla Ita
Na minha adeia mora uma Cabocla
Todos dizem que é homem,
Mas ela é muher (bis)
Ela é a Cabocla Ita
Da pena cinzenta
Mora na aldeia de Tapindaré. (bis)
(Pontos enviados por Salomão)

Publicado por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ.
Pesquisado por. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
Fonte: www.multirio.rj.gov.br  

sábado, 29 de maio de 2010

Exu Tata Caveira


História

Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".
Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.
Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.
Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.
O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.
Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado.
A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.
Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.
Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.
Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.
Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.
Entre os exus da linha de Caveira, existem: Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Caveira enquanto vivo.
Como entidade, o Chefe-de-falange Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.
Caveira é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.
No entanto, Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Caveira não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.
Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Caveira Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.
No entanto, uma vez amigo de Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções.
Postado por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Exus - Anjos ou Demônios?


Muitos acreditam que nossos amigos Exús são Demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar (Stephen King perto deles é um pobre inocente).
É necessário entender que no sincretismo afro-católico (imposto num processo de aculturação dos Negros pelos padres Católicos) os Orixás foram associados aos Santos Católicos, inclusive Exu, que é representado por Santo Antônio (Santo Antônio de Pemba, Santo Antônio de Ouro Fino, etc.). Mas Porquê este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e sobretudo amigo, foi comparado com o Diabo das profundezas macabras dos INFERNOS? Bem, para conhecer está história vamos viajar para 6.000 anos atrás, local, Mesopotâmia.
A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais nacionais e internacionais, principalmente na Europa e EUA.
Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídas aos Demônios ( No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Sacerdotes, para combater as forças do mal, tinham que conhecer o nome dos Demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O Demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) Demônios maus é com freqüência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em Machos e Fêmeas. Tinham a forma de meio Humano e meio Animal: Cabeça e tronco de Homem ou Mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência Humano, mas aceitavam de outros animais. Os Demônios frequentavam os túmulos, caminhos (encruzas), lugares ermos, desertos, especialmente a noite.
Nem todos eram maus, haviam os Demônios Bons que eram invocados para combater os Maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzas, casas e palácios.
Bom, os Negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os Santos, incorporavam alguns Exús, com seu brado e jeito maroto e extrovertido assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os Negros escravos dizendo que eles estavam possuídos por Demônios.
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os Negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua Hipótese de que essa forma de incorporação era devido a Demônios.
Assim, como Exu não é bobo, assumiu, sem dizer que sim ou que não, esse estereótipo colocado pelo branco.

As cores de Exu, também reafirmaram os medos e a fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.

Assim, o que aconteceu foi uma associação indevida, maldosa, entre aos Demônios Judaico-Cristãos e os Exus Africanos, simplesmente por similaridades em relação a cores, moradas, manifestação de personalidade, etc. Isso com o tempo foi caindo no gosto popular, na psique de pessoas mentalmente e espiritualmente perturbadas e com Exú a se construir "a visão real", de que Exu é o Demônio.
Muitos médiuns despreparados ou anímicos, ou perturbados mental e espiritualmente, recebiam Exus que diziam-se Demônios. Nessa onda de horror ou de terror, alguns autores Umbandistas do passado, por falta de conhecimento ou por ignorância, fizeram tabelas de "nomes cabalísticos dos diabos", associando esses nomes aos Exus de Umbanda, como: Exu Marabô ou diabo Put Satanaika, Exu Mangueira ou diabo Agalieraps, Exu-Mor ou diabo Belzebu, Exu Rei das Sete Encruzilhadas ou diabo Astaroth, Exu Tranca Ruas ou diabo Tarchimache, Exu Veludo ou diabo Sagathana, Exu Tiriri ou diabo Fleuruty, Exu dos Rios ou diabo Nesbiros e Exu Calunga ou diabo Syrach. Sob as ordens destes e comandando outros mais estão: Exu Ventania ou diabo Baechard, Exu Quebra Galho ou diabo Frismost, Exu das Sete Cruzes ou diabo Merifild, Exu Tronqueira ou diabo Clistheret, Exu das Sete Poeiras ou diabo Silcharde, Exu Gira Mundo ou diabo Segal, Exu das Matas ou diabo Hicpacth, Exu das Pedras ou diabo Humots, Exu dos Cemitérios ou diabo Frucissière, Exu Morcego ou diabo Guland, Exu das Sete Portas ou diabo Sugat, Exu da Pedra Negra ou diabo Claunech, Exu da Capa Preta ou diabo Musigin, Exu Marabá ou diabo Huictogaras, e o nosso Exu-Mulher, Exu Pombagira, simplesmente Pombagira ou diabo Klepoth. Mas há também os Exus que trabalham sob as ordens do orixá Omulu, o senhor dos cemitérios, e seus ajudantes Exu Caveira ou diabo Sergulath e Exu da Meia-Noite ou diabo Hael, cujos nomes mais conhecidos são Exu Tata Caveira (Proculo), Exu Brasa (Haristum) Exu Mirim (Serguth), Exu Pemba (Brulefer) e Exu Pagão ou diabo Bucons.
Comerciantes inescrupulosos ou, simplesmente, ignorântes, criaram imagens de Exus como diabos, cada vez mais estranhos e aterradores (cifres, rabos, partes de animais ...). construindo no imaginário de muitos médiuns e da população Brasileira, um esteriótipo de Exu = Diabo, Exu = Satanás, Exu = Coisa Ruim.
Hoje em dia as casas de Umbanda (centros, terreiros, tendas ...), pelos estudos, pelo conhecimento e pela orientação dos reais Exus, estão abolindo essas imagens e condenando seu uso. Assim como, recriminando médiuns e supostas entidades que se manifestam dessa maneira dentro dos Terreiros. Porém, o mal foi feito, o esteriótipo atingiu o psique das mentes mais fracas e, muitas vezes, vemos em certos canais de televisão que fazem programas religiosos, a invocação dessas aberrações e a indevida associação aos Exus de Umbanda. O que podemos dizer é que quem incoca a Deus, Deus o tem; quem invoca do Diabo, o diabo o tem.
Algumas correntes religiosos estão alimentando na população que participam de seus ritos, a visão de que a culpa para a mazela de suas vidas são os Diabos, os Exus, que vêm babando, com as mãos tortas, grunhindo, gritando ( "vou levar, vou levar ... !!!"), todos tortos e formatados dentro de um psique moldado e caricato.
Essas religiões e/ou seitas, estão alimentando o medo, a ignorância, o preconceito, a discriminação e a ilusão de que a culto pela dor alheia é cansado pela Umbanda e pelos seus guias, principalmente os Exus. Então fiquem sabendo que isso é mentira, é ilusão é ignorância.
Exu combate o mal, ele devolve o que mandam de ruim, é justo, tem equidade em suas decisões e em seus trabalhos. Ele não é, e nunca foi o diabo.

Mas então quem é EXU?

Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Exu não faz mau a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, as vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros. Por isso, algumas pessoas consideram esse Orixá malvado.
Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz mau, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida, acredite em Deus e tenha fé.

Exu, O Guia.

Existem dois portadores do nome Exu. Um é o Orixá Exu. O outro, são os Guias chamados de Exu (espíritos, muitos, não mais reencarnacionais) que vêm na emanação principal de Exu (O Orixá) que lhes deu suas características, seus gostos, seus hábitos. Porém, esses Exus, também são subordinados a um Orixá regente, que pode ser Omulu, Xangô, Oxossí, ...
Correntes antigas, Esotéricas, montaram uma hierarquia para os Exus (Guias), relacionando 7 (sete) Exus (Guias) principais, considerados como os 7 (sete) chefes de Legião, que comandam e coordenam outros Exus (Falanges), sendo que cada um de seus comandados também comandam mais 7 (sete), seguindo uma ordem hierárquica de cima para baixo de 7 (sete) em 7 (sete).

São eles os 7 (sete) Exus guardiões ou principais:


SR. SETE ENCRUZILHADAS




SR. MARABÔ



SR. TRANCA RUAS


SR. TIRIRI


SR. GIRA MUNDO



SR. VELUDO



SRA. POMBA GIRA OU BOMBO GIRA.



Cada um desses amigos trabalha dentro das 7 (sete) linhas da UMBANDA, lutando contra o mal e ajudando as pessoas.

SEU JEITO E SEU TRABALHO.

Exu gosta de rir, brincar com as pessoas, dizer alguns palavrões, nem todos fazem isso, ser franco e direto, não faz rodeios nem mente. Gosta de beber e fumar, ao contrário do que muitos pensam a bebida e o fumo são peças de aproximação, fazendo com que as pessoas se identifiquem, fiquem mais descontraídas como se estivessem em uma festa. Caso não tenha bebida, ou fuma, ele trabalha do mesmo jeito, porque sua finalidade e ajudar àqueles que precisam.

Alguns Exus foram pessoas como: Políticos, Médicos, Advogados, Trabalhadores, Vadios, Prostitutas, Pessoas comuns, Padres, etc. Que cometeram alguma falha e escolheram, ou foram escolhidos, a vir nessa forma para redimir seus erros passados, outros, são espíritos evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas e combatendo o mal. Assim, quem diz que os Exus são Demônios, na concepção de que são ruins, ou espíritos sem luz, baixos, não sabe o que está dizendo, ou não conhecem a história de cada Exu, os porquês de sua ritualística, seu modo de trabalho ou sua missão. Não se julga um livro por sua capa ou a pessoa pela sua aparência!

Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos retirando os encostos e espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.

Seu dia é a Segunda-feira, sua bebida, cada um tem a sua, sua roupa, quando lhe é permitido tem cores preta e vermelha. Não aceita sacrifícios de animais, mas se a pessoa quiser acender uma vela (preta e vermelha) na encruza, colocar charutos ou cigarros, cachaça ou outra bebida de agrado é bem vindo. Pode-se colocar, também, rosas para as pomba giras com champanhe, pois elas gostam.

Assim é Exu.

As Vezes temido, as vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo.

Salve meus compadres!

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ.
Site de Pesquisa http://www.umbanda.etc.br/guias/exus.html, de 1997, autor Pai Etiene Sales.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Mariana, Zé Pelitra e Rosinha Malandra

A ACALUZ, tem a honra de convidar todos os irmãos de fé para uma pequena homengem que ocorrerá no dia 23 de junho de 2010 as 16h00 na sede da Associação na Capital Belém, cito. Rod. Arthur Bernardes, Rua Paulo Guilherme nº 06 - Tapanã/Icoaraci. A pequena homenagem as entidades Zé Pelintra - Zelador Eldi Costa - Tawandacy também conhecido por Profº Jaspion, Rosinha Malandra - Zeladora Andréia Costa, e Cabocla Mariana - Zeladora e Mãe Pequena do Abaça Afro-Brasileiro de Juliana e Banzeiro Grande e fundadora da ACALUZ, Maria Auxiliadora.

Com permissão das entidades citadas na ultima gira feita na sede da Associação, decidimos em conjunto realizar as homengens das entidades em conjunto. Uma vez que a Mãe Pequena Maria Auxiliadora iria comemorar na Sede da ACALUZ em Cachoeira do Ararí a festa anual da Cabocla Mariana, mas ficou decidido que primeiro seria feita na nova sede em Belém já que o Zelador Presidente da ACALUZ não poderá estar presente em Cachoeira do Ararí e também  por querer homenagear a entidade dentro da nova sede.

Estão todos convidados, é sempre bom e gratificante contar com a presença de Todos.


Postado. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Texto de Adriano Figueiredo Leite.

Exú Pinga Fogo


Exú Pinga Fogo pertence à linha das almas, seria o segundo na hierarquia do cemitério abaixo só de Sr. Omulu.

Esse Exú é Chefe de Legião, Exú Guardião!

Sua apresentação astral é de um homem forte com uma grande capa roxa por dentro e preta por fora, com bordados em dourado!

Em sua ultima encarnação foi um príncipe, enganava muito as pessoas, roubava ,etc.

Pertence a linha negativa de Yorima (almas, pretos velhos), Serventia de Pai Guiné.
Seu mineral é Ônix preto bruto ou hematita.
Seu metal é chumbo
Sua erva é bananeira
Trabalha muito com ervas, punhais, fitas, crânio(imagem de barro).
Fuma charutos, cigarrilhas. Bebe conhaque, uísque, marafo.
Sua guia é preta e branca com imagens de caveiras.
É pouco conhecido na umbanda.

Pontos:
Eu sou exú Pinga Fogo
No alto do chapadão
Comendo jaca madura
E jogando as verdes no chão
Eu sou exú Pinga Fogo
No alto do chapadão
Engolindo bolas de fogo
E cuspindo elas no chão.

Texto. George Fridman
Cacarotu

Publicado por Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

Lugares Sagrados e Encantaria Maranhense

Por. Mundicarmo Ferretti

As pessoas sempre se apegam aos lugares onde nasceram e viveram e, quando precisam se afastar deles, costumam retratá-los de forma fantasiosa, como se fossem os melhores lugares do mundo. Na terra natal estão geralmente os seus parentes mortos, os lugares onde ocorreram milagres que foram contados por seus antepassados (aparição da imagem ou de um santo), locais de culto a “almas milagrosas” ou “almas benditas” (de pessoas que viveram ali, a quem se recorre em momentos de aflição) e se encontram pedras, árvores, lagos, ilhas etc. que atestam a veracidade de seus mitos. As pessoas, mesmo quando saem de sua terra natal, costumam voltar a ela periodicamente para rever parentes, amigos e para visitar àqueles lugares sagrados, como ocorre freqüentemente no Brasil em torno do dia dois de novembro, data consagrada aos mortos. A fama de alguns daqueles lugares sagrados às vezes extrapola as fronteiras locais, estaduais, nacionais e, até mesmo, continentais. É por essa razão que tantos vão a Meca, a Jerusalém, a Lourdes e, no Brasil, a Aparecida (SP), Juazeiro (CE), São José de Ribamar (MA).

A transferência de populações de um território há muito tempo ocupado, costuma acarretar a elas não apenas perdas econômicas e materiais e desarticular suas organizações sociais. Pode abalar profundamente suas identidades, causar perdas de tradições culturais e criar para elas vários problemas religiosos. Murilo Santos, no vídeo Terra de quilombo – uma dívida histórica (2004), dá exemplo de um desses problemas, ocorrido com as comunidades negras remanescentes de quilombos de Alcântara, no Maranhão, transferidas da área hoje ocupada pela base espacial para agrovilas construídas para elas. Como aquela população poderia levar para o seu novo local (as agrovilas) o cemitério onde estão os restos mortais de seus antepassados e transportar para lá encantarias tão preciosas para ela? Será que na nova localidade a população removida poderia sentir a proteção espiritual que sentia no seu local de origem? Até que ponto a população transferida admite que os seres espirituais ligados às localidades que ela foi obrigada a deixar irão proteger os seus novos ocupantes (o pessoal da base)? Será que para aquela população os encantados vão se transformar em “assombrações” e passar a perturbar os que chegaram ali sem ter ligação com eles e sem a obtenção de sua licença?

Santuários e encantarias maranhenses.
Quando se fala em lugares sagrados do Maranhão pensa-se logo na cidade de São José do Ribamar, que atrai todos os anos, no mês de setembro, grande número de devotos daquele santo e onde são encontrados na praia muitos barquinhos trazendo bilhetes, retratos e ex-votos de pessoas que receberam milagres dele. A cidade de Ribamar é cheia de mistérios. Conta-se que a igreja construída para São José caiu várias vezes e só ficou em pé quando foi edificada na posição desejada por ele... Mas existem no estado outros lugares de atração religiosa. Em Vagem-Grande, realiza-se uma grande romaria de devotos de São Raimundo e de Raimundo Nonato - vaqueiro santificado pelo povo que viveu e morreu tragicamente no povoado de Mulundus -, daí porque a romaria é participada por grande número de vaqueiros da região. Em Rosário, durante muitos anos, o Sr. José de Paula promoveu uma grande festa em pagamento de promessa a uma “alma milagrosa” - de pessoa que morreu ali numa epidemia de peste. A festa daquela alma milagrosa terminava com um Tambor de Crioula dançado por grupos locais, da capital e de municípios vizinhos, que se revezavam durante a noite toda. E, em Codó, na estrada que vai para Santo Antônio dos Pretos, existe o santuário de Pardinha (garoto pobre e deficiente que morreu atropelado), onde muitos depositam ex-votos e garrafas d´água, em pagamento de promessa.

Mas os lugares sagrados do Maranhão não são apenas aqueles onde apareceram imagens de santos ou onde desencarnou uma alma milagrosa. Várias localidades são conhecidas como morada de encantados - seres mitológicos que, vez por outra, aparecem a alguém em sonho ou em vigília e que baixam nos terreiros de mina, terecô, umbanda e nos salões de curadores e pajés. Esses encantados, recebidos em transe ritual, são também invocados pela população em momentos de aflição. Entre os encantados que comandam o Maranhão, citado no livro do pai-de-santo Jorge Itaci (OLIVEIRA, 1989) podem ser citados:

1) Dom Luís, que comanda a ilha de São Luís e tem sua corte encantada na Baia de São Marco e domina de Ponta d´Areia até a Ilha do Medo;

2) Rei Sebastião cuja encantaria fica na Praia dos Lençóis e que domina do Boqueirão ao Itaqui;

3) Dom José Floriano, que domina o Boqueirão e a “cerca” de Alcântara[3];

4) Rei da Bandeira (João da Mata ou Rei da Boa Esperança), Princesa Doralice, encantados na pedra de Itacolomi;

5) Dom João Soeira (Rei de Minas ou Rei do Juncal), que domina a praia do Calhau;

6) Dom Pedro Angassu, que comanda as matas do Codó.

Nas letras de musicas cantadas nos terreiros maranhenses existem muitas referências a eles e às sua encantarias e também a outros encantados e encantarias do Maranhão. Se pegarmos um mapa do estado e direcionarmos o nosso olhar para a região litorânea que vai da ilha de São Luís em direção ao Pará encontramos várias das localidades referidas nas letras daquelas músicas como locais de encantarias. Na ilha de São Luís: as praias do Itaqui, de Olho d´Água, Ponta d´Areia, São José de Ribamar, apresentadas naquelas musicas como moradas da Princesa Ína, da Rã Preta, da Menina da Ponta d´Areia e de outros encantados. Depois da ilha de São Luís, no meio do mar: o tão temido Boqueirão, onde têm ocorrido muitos naufrágios e onde se acredita que muitos se encantaram, e a pedra de Itacolomi, que pertence a João da Mata, o Rei da Bandeira. São também conhecidos como lugares de encantarias: a Praia dos Lençóis, de Rei Sebastião e as pontas de Mangunça e de Caçacueira, moradas de Mãe d´Água.

Não se deve pensar que, para o povo maranhense que conhece encantado, só existe encantaria no litoral ou na água salgada. Uma das encantarias maranhenses mais conhecidas é a da mata de Codó, no interior de estado, onde reina Dom Pedro Angasso e Rainha Rosa e onde Légua Boji Boa comanda uma grande linha de caboclo. Fala-se também que onde tem mata tem Curupira e vários encantados que assumiram formas de animais: calangos, lagartixas, jacarés, macacos, borboletas, onça e outros. E, tanto na região litorânea quanto no interior, existem rios, lagos, poços e nascentes conhecidos como moradas de Mães d´Água e de encantados que já apareceram a alguém como cobras, peixes, botos e outros animais.

Os locais de encantaria são descritos pelos médiuns como lugares de muita energia, de muito poder, de uma força inexplicável ou como lugares de muito mistério, de muita “mironga”, de muito segredo. Afirma-se que nos principais passam muitas correntes espirituais. Em vários deles existem encontros de águas (do mar com água doce), de rios e matas, e em muitos deles existem pedreiras. Os lugares mais isolados, intocados, virgens concentram mais força. É por isso que se afirma que o turismo e o afluxo de pessoas para aqueles locais pode ser prejudicial. Fala-se que em Alcântara há uma concentração muito grande de forças vindas da África, pois recebeu grande número de escravos, e de forças de lá mesmo.

Ao contrário do que ocorre com os locais de santos e almas milagrosas, a aproximação de encantarias só é permitida a poucas pessoas, as que recebem encantados de lá e foram autorizados por eles. E quem se aproxima de lugares encantados (na águas ou na matas) para fazer uma oferenda ou buscar algo solicitado pelos guias (como pedra, areia etc. para assentar um terreiro), costuma sair de lá sem olhar para trás, pois fala-se que muitos dos que viram encantados ficaram doentes ou morreram logo depois. Adverte-se também que intromissões, curiosidades e profanações de encantarias são severamente punidas, pois quem não pertence às suas linhas é rejeitado pelos donos do lugar. Quem não tem vidência não sabe que às vezes uma duna esconde um palácio e pode querer pisar ou construir uma casa em cima da encantaria, da casa dos donos do lugar. Quem vai a um lugar de encantaria é porque tem um pedido de proteção, de saúde, tem um descarrego, uma firmeza a fazer ou uma promessa a pagar.

As encantarias são apresentadas por pais-de-santo maranhenses como locais de reabastecimento de forças, que às vezes estão definhando por causa de “demandas” ou que precisam ser armazenadas, para que se possam enfrentar as dificuldades que surgem durante o ano. É por isso que procuram fazer ali lavagens de cabeça ou de contas. Explicam que, se uma área daquelas for cercada ou interditada por alguém, há um grande prejuízo para a população e grande risco de ocorrerem ali muitas mortes, como ocorreu no porto do Itaqui e na base de Alcântara. Depois do porto, como não se podia mais entrar livremente na área, os médiuns tiveram que arranjar outros locais para fazer suas obrigações, como deve estar acontecendo em Alcântara. Em São Luís, terreiros que dependem de força da pedra de Itacolomi fazem sua obrigação em uma gruta existente na Ilha, que fica na direção daquela pedra...

Apesar de nem todos acreditarem e cultuarem santos e encantados, ninguém tem o direito de, em nome do progresso, da modernidade ou de seja lá do que for, impedir um povo ou alguém de acreditar neles e de cultuá-los. A identidade de um povo é assentada em suas tradições e a religião ocupa um lugar especial nessas tradições.

Postado Por Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Caboclo Cobra Coral



Vagando pela Internet me deparei com o site que será descrito no final da postagem, que fala a cerca da vida, ou de algumas incarnações e falagens do Caboclo Cobra Coral, pois bem, vemos agora na integra o que diz o texto:
 - Apesar de muito conhecido e até certo ponto famoso, não apenas nos circulos umbandistas mas também de uma certa forma fora dele, o caboclo chamado Cobra Coral, não tem uma história conhecida.

Em sua última encarnação nasceu nas cercanias da fronteira Paraense no norte do Brasil. Não vou entra no mérito da questão Galileu(teria ele em uma encarnação sido Galileu), até por que, os irmãos sabem que em uma mesma falange existem muitos espiritos, alguns com encarnações bem famosas.

Cobra Coral não é apenas famoso no mundo físico; também no plano espiritual se conhece sua fama. Muitos espíritos de ordem inferior tremem em ouvir falar seu nome, sendo conhecido no submundo astral como: "O grande Cobra Coral". Tendo muitos espiritos inferiores e chefes de agrupamentos, que ali se formam, verdadeiro pavor em encontrá-lo.

No mundo dos grandes mágicos, ele é conhecido como : "O mago do cajado da cobra". Que o digam Rubens Sarraceni e mestre Arapiaga, álias um abraço de quem nem os conhece mas sabe da importância do seus trabalhos.

Jamais acendo velas para ele, que não sejam brancas, pois para mim, ele é o emblema da pureza e da mágia.

Alguns servem para ele bifes e carne moida, eu sirvo cravos brancos, vinho branco, frutas em abundancia e cocô com milho verde cozido.

No entanto aconselho que cada um faça seus pedidos com fé, que o resultado será benéfico; além disto sem fé...Qualquer oferenda sera inutil.

-----------
Texto de Everaldo D'Xangô

Acredito eu que ele foi muito feliz em seu texto, pois ele é exatamente aquilo que sempre falo, temos que acreditar naquilo que nos convém e nos dá força. abaixo cantos para o Sr. Do Cajado de Cobra:
 
I
"na mata virgem uma coral piou"
eu vi uma voz me chamar,
me chama pra sua aldeia, "Cobra Coral".
 
II
É no coral, é no coral,
É no coral, é no coral, é no coral.

Conselho da Cidade de Cachoeira do Arari

Uma vitória para a ACALUZ, no ultimo dia 12 de fevereiro de 2010, participamos da 2ª Conferência da Cidade de Cachoeira do Arari, onde no âmbito conseguimos eleger conselheiro Titular e suplente representando a ACALUZ, e este assento no Conselho Municipal da Cidade que vai dirimir e decidir pelas obras e decisões superiores de melhoria de infra-estrutura urbana, cultura, saúde, educação, assistencia social, esporte e lazer. A representante da ACALUZ é a sra. Vanete Pereira Rodrigues e o suplente o Sr. Carlos André Costa do E. Santo. Sei que estamos bem representados no Poder Executivo Municipal. Nos falta agora ter emfim nomeado no município o Conselho de Cultura com assento a Religião Umbanda. Muito axé e muita luz para nossos irmãos que irão nos representar nesta nova etapa e conquista.

Palavra do Presidente. 

Ervas na Umbanda



“Sem folha não tem sonho
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada

Quem é você e o que faz por aqui
Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha...”
- Salve as Folhas (Gerônimo / Ildásio Tavares)

Na liturgia e nos rituais de Umbanda, vemos o uso de ervas seja na forma de amacís, imantações, banhos de descarga, etc. Isso porque as ervas detém grande quantidade de energia vital, no elemento vegetal, que através de suas combinações podem produzir determinado efeito positivo ou negativo, como tudo que é energia no Universo.

As ervas possuem forte poder para atuarem em nossa aura, em nosso campo energético, fato este já conhecido pelos indígenas, e demais povos ancestrais que já as utilizavam para diversos fins.

Como já dito, através do uso de sua energia as ervas podem ser classificadas quanto aos seus efeitos, sejam positivos, negativos ou neutros. Diante desse conhecimento, a Umbanda utiliza-se desse elemento para desenvolver seus rituais, seus descarregos, curas ou fortalecimentos, tudo comandado pelas entidades espirituais que determinam o uso apropriado do elemento vegetal conforme o caso.

Uma das formas de utilização das ervas na Umbanda, são na forma de banho. Os banhos de descarrego são usados para eliminar vibrações negativas, limpando o perispírito de miasmas negativos, magia negativa ou mesmo da influência de obsessores. Os banhos de fixação, para adquirir vibrações positivas, vitalizando os chacras do médium de energia positiva para fortalecimento dos processos mediúnicos ou de ligação do espírito encarnado com seus guias e entidades atuantes.

O uso destes banhos são de grande importância e depende do conhecimento e uso de ervas e raízes, nas suas diferentes qualidades e afinidades, que devem entrar na composição dos mesmos, não se podendo facilitar quanto a isso.

Geralmente para banhos deve-se usar as ervas frescas, e este deve ser preparado dentro de um ritual, o qual consiste em:
1. Nunca ferver as folhas junto com a água.
2. As folhas devem ser maceradas ou quinadas e colocadas em vasilhas de louça, ágata ou potes de barro.
3. Em alguns casos, quando não houver necessidade de água quente, as ervas devem ser quinadas diretamente sobre a água.
4. É conveniente usar sempre água de boa qualidade, como pôr exemplo: água de mina, de poço ou água mineral.

Ocorre uma diferenciação, também, na forma em que se deve tomar o banho. No de descarrego, deve-se molhar do pescoço para baixo, jamais a cabeça; já no banho de fixação, este deve ser tomado de corpo inteiro. Não se deve enxugar o corpo totalmente após os banhos indicados na Umbanda, para que haja maior captação ou eliminação da energia propiciada pelas ervas usadas no banho.

Deve-se, após o banho, as ervas utilizadas serem jogadas, de preferência em lugares de água corrente, como rios ou mar.

Há banhos para todos os Orixás e Entidades e muitos banhos têm dia e hora certos para tomar.

As ervas são também usadas no ritual do amaci, Amaci é um banho de ervas que se faz no médium iniciante na Umbanda com as ervas específicas do Orixá de cabeça do médium, este banho é dado inclusive na cabeça do médium e tem a finalidade de limpar o campo astral e preparar o médium para entrar na corrente mediúnica, é uma preparação, uma espécie de primeira confirmação do médium na corrente mediúnica, é um vínculo energético do médium com o seu Orixá, com a casa e com o seu Babalorixá porque somente o Babá pode dar este banho e colocar a mão na cabeça do médium. A partir deste ponto o médium é um médium de Umbanda e está energeticamente vinculado ao seu Orixá.

Também visa propiciar ao médium maior contato com seus Orixás de Coroa, devendo o dirigente do templo colher as ervas de todos os Orixás, uma de cada pelo menos, e colocá-las quinadas dentro do preparo que será feito com as quatro águas (mar, cachoeira, chuva e fonte/mineral), com 3 (três) dias de antecedência do ritual do Amaci.

Além do amaci conforme descrito anteriormente, ao qual o médium se submete ao entrar para um templo de umbanda, anualmente é feito este ritual com a finalidade de preparar o médium para receber as energias vibrantes do terreiro, além de oferecer ao filho de fé a limpeza de seu campo áurico, bem como confirmar as entidades trabalhadoras da coroa daquele médium.

As Plantas dos Orixás se dividem em positivas, negativas ou neutras:

POSITIVAS: são ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.

NEUTRAS: são todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.

NEGATIVAS: são ervas usadas explicitamente para negativar.

A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva; a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o , 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas das 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.

Assim como as ervas são importantes para a liturgia e rituais da Umbanda, as frutas também o são, sendo escolhido o seu uso conforme o Orixá a quem se está oferecendo-as. Citamos com exemplo:

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Defumação

DEFUMADOR
A principal função da defumação realizada tanto na Umbanda quanto nas demais seitas religiosas através dos tempos, desde a Antiguidade, é com a queima de ervas e resinas, modificar a energia existente no ambiente para equilibrá-lo de acordo com a necessidade.
Pode-se chamar a defumação de magia, de ritual, de liberação da energia contida nos elementos vegetais. Todos esses conceitos estão corretos.
O defumador deve ser feito com carvão em brasas, incenso, alecrim e alfazema, ou outras ervas específicas para cada finalidade.
Quando há o contato da brasa com o elemento vegetal utilizado, libera-se determinada energia, capaz de desagregar miasmas e larvas astrais presentes em grande parte dos ambientes terrenos, produzidos por nossos pensamentos e desejos, que normalmente encontram-se em desequilíbrio, provocado pela raiva, ciúme, inveja, rancor, ódio, orgulho ou mágoa.
Por isso mesmo são utilizadas ervas diversas para fins específicos, que ao serem queimadas produzem o efeito de energizar e harmonizar pessoas e ambientes, removendo do plano astral as energias deletérias e nocivas que ali se encontram, formando verdadeiras barreiras fluídicas para afastar espíritos inferiores por determinado tempo. Desta forma, passado certo tempo, deve a defumação novamente ser realizada com o mesmo intuito, uma vez que pelo poder de nossos pensamentos pouco elevados, em pouco tempo, espíritos atrasados novamente poderão ser atraídos pelo ambiente vibratório inferior que podemos voltar a criar, tudo obedecendo a Lei de Afinidade Espiritual. Nunca devemos esquecer o ensinamento do Mestre Jesus para evitar estes acontecimentos: “Orai e vigiai”.
Agregando este trabalho de elaboração mental de pensamentos positivos a um bom trabalho de defumação, pode-se evitar muitas das vezes, acontecimentos desagradáveis provocados por energias negativas produzidas por nossos pensamentos ou por espíritos que possamos ter atraído por nossas ações impensadas.
Portanto, na casa onde habitamos devemos sempre realizar a defumação, principalmente se é uma pessoa que desenvolve um trabalho espiritual, mediúnico, ou no caso do umbandista, que mantém suas firmezas e instrumentos litúrgicos de culto à sua crença.
Na Umbanda, a defumação é realizada no início dos trabalhos, realizando a limpeza do ambiente, do corpo de médiuns e dos assistentes. Dependendo dos trabalhos realizados, deve-se limpar o ambiente com a defumação mais de uma vez ao longo do dia, para atrair e facilitar o trabalho que esteja sendo realizado pelas entidades.

Como é realizado o processo de defumação: Deve ser feito para retirar primeiro a energia negativa do ambiente, preenchendo-o com energia positiva. As ervas e resinas utilizadas, juntamente com a brasa irão “queimar”, retirar do ambiente as energias negativas, tornando-o um ambiente estéril, pronto a receber a vibração das ervas utilizadas para atraírem energias positivas. Esta segunda defumação é realizada com um defumador definido como “doce”. É de se ressaltar que o processo deve seguir essas duas fases, uma vez que apenas havendo a retirada da energia negativa, esterilizando o ambiente, este fica desprovido de qualquer energia, seja positiva ou negativa, gerando um ambiente propício à invasão de qualquer tipo de energia, boa ou ruim. O processo deve ser completo, retirando o que atrapalhava, e em seguida como que “convidando” os espíritos superiores, com o defumador doce, a trazerem a benção dos Orixás, Caboclos, e Pretos Velhos, ou demais entidades para aquele ambiente.

PONTOS DE DEFUMAÇÃO
Jurema deu as ervas
ai Ogum deu beijoim
Pai Oxalá mandou
Defumar você, eu vim
Esta fumaça santa
Ela vai lhe proteger
De tudo que for mal
Que alguém possa lhe fazer
===========================
Deu um vento lá nas matas
Jogou as folhas no chão
E os caboclos estão apanhando
Pra fazer defumação
Como cheira a Umbanda
A Umbanda a cheira
Cheira arruda e guiné
Alfazema e Alecrim
===========================
To defumando
To defumando
A casa do Bom Jesus da Lapa
Nossa Senhora incensou a Jesus Cristo
Jesus Cristo incensou os filhos seus
Eu incenso
Eu incenso essa casa
Pro mal sair e a felicidade entrar
Eu incenso
Eu incenso essa casa
Na fé de Oxóssi, de Ogum e de Oxalá
==========================
A Umbanda queimou, cheirou guiné
Vamos defumar filhos de fé
A Umbanda queimou, cheirou guiné
Vamos defumar filhos de fé
Defuma eu Babá
Defuma eu Babalaô
Defuma eu Babá
Defuma eu Babalaô
========================
Defuma com as ervas da Jurema
Defuma com arruda e guiné
Alecrim, benjoim e alfazema
Vamos defumar filhos de fé
========================
Defuma, defuma
Defuma, defuma, defuma
São Jorge defuma
Seus filhos de fé
========================
Corre gira Pai Ogum
Filhos quer se defumar
Umbanda tem fundamento
É preciso preparar
Com arruda e guiné,
Alecrim e alfazema
Defumar filhos de fé
Com as ervas da Jurema

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa e Entrevista de Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ
http://www.genuinaumbanda.com.br/defumador.htm

Linhagem dos Caboclos e Guias

ENTIDADES E FALANGES
Entidade é o nome dado a todos os espíritos que estão em determinada faixa de vibração astral que atuam dentro da Umbanda. Conforme seu grau de evolução espiritual, esses espíritos são levados a fazer parte de uma falange (agrupamento de espíritos), a fim de atuarem, aprenderem e evoluírem espiritualmente. Lá eles permanecem até a possível volta para uma reencarnação ou a evolução para um plano espiritual superior.
São as entidades que incorporam nos rituais de Umbanda, uma vez que os Orixás não incorporam. A função das entidades pertencentes às falanges é justamente vir à Terra e executar o trabalho ordenado pelo Orixá. São as entidades os portadores da força divina que correspondem aos Orixás.
As entidades que trabalham na Umbanda se apresentam em dois graus hierárquicos, a saber:
- Guias (que podem ou não ser chefes de falange ou de legião)
- Protetores.
A cada falange corresponde a vibração original de um Orixá. As outras seis falanges deste Orixá correspondem ao cruzamento de sua energia original com a dos demais. Um exemplo de como ocorre esse cruzamento entre as linhas de Umbanda é a linha de Ogum Beira-Mar, que vem a ser o cruzamento da linha de Ogum com a de Iemanjá.

Quando um médium trabalha com uma determinada entidade, ele não trabalha com um único espírito. O que ocorre é que todos os espíritos que constituem determinada falange atuam numa única faixa vibratória com a qual penetram na faixa vibratória do médium,. Em outras palavras, os espíritos não trabalham isoladamente, mas "em falange", todos numa única vibração. Isso explica porque podemos encontrar entidades de mesmo nome atuando em locais diferentes à mesma hora, ou até mesmo no mesmo local. As entidades trabalham em multiplicidade, cada uma conservando o nome e as características do chefe da falange que compõem.

Embora não seja muito comum, é possível acontecer que um mesmo espírito, embora seja uma só vibração, venha em diversas falanges, com diferentes nomes, conforme sua missão espiritual. Um espírito de certo grau de evolução pode se desdobrar na vibração, ou seja, aumentá-la ou diminuí-la, obviamente que dentro de um certo limite preestabelecido. Desta forma, essa entidade pode se apresentar ora numa faixa, ora em outra. Por exemplo: Se ela atua normalmente sob a linha do Oriente, pode num desdobramento de vibração, apresentar-se na forma de um caboclo, embora conserve também suas características essenciais.

Isso ocorre em virtude de uma despersonalização do espírito, ou seja, ele se despoja das características individuais de suas encarnações, já que as entidades de umbanda estão acima de uma identidade individual. Não utilizando, portanto, as entidades os nomes de batismo na Terra, já que há muito transcenderam sua individualidade.

Existe ainda uma outra subdivisão, que diz respeito à faixa etária das entidades. Desse modo, temos as crianças, os adultos e os velhos. Por exemplo: podemos ter uma criança de Xangô, um Caboclo de Oxossi e um Preto Velho de Oxalá.

Outro tipo de entidade que se apresenta na Umbanda são os Exus, agentes mágicos que trabalham transmutando a magia no plano astral, os quais, infelizmente, são muitas vezes conhecidos erroneamente com conotações pejorativas.

As entidades, conforme sua faixa vibratória, dividem-se em várias falanges:

OS CABOCLOS
São entidades, em sua maioria, de indígenas desencarnados que, depois de centenas de anos no plano astral, resolveram abraçar o novo movimento religioso de Umbanda. Trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, ensinando o amor ao próximo e a natureza, tendo como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o encorajamento da fé.
Os Caboclos trouxeram para a Umbanda toda a magia dos Pajés, a defumação pelos charutos e cachimbos, e o poder milagroso das ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física; ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, limpam a nossa aura e proporcionam uma energia de força que irá auxiliar e encorajar o nosso espírito preparando-o para que consigamos o nosso objetivo.
Os Caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, seus pontos riscados, grafia sagrada dos Orixás, traduzem uma forte magia, é através desses pontos que são feitas limpezas e evocações de elementais e Orixás para diversos fins.
Nos seus trabalhos de magia costumam usar pembas, (giz de várias cores imantados na energia de cada Orixá), velas, geralmente de cera, essências, flores, ervas, frutas, charutos e incenso.

Sua saudação: "Okê Caboclo, Okê Bambi Ôcrim"

OS PRETOS VELHOS
A linha é um todo, com suas características gerais, mas diferenças ocorrem porque os Pretos-Velhos são trabalhadores de Orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham.
Usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar as pessoas. Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe e limpando a aura de larvas astrais e energias negativas.
Essas diferenças são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e especialidade deles. Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:

Pretos-Velhos De Ogum
São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajando e dando segurança para aqueles indecisos e “medrosos”. É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.

Pretos-Velhos De Oxum
São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado.
São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. Às vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela pessoa.

Pretos-Velhos De Xangô
Sua incorporação é rápida como as de Ogum. Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais. Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.

Pretos-Velhos De Iansã
São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas. Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá.
Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual.
Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.

Pretos-Velhos De Oxossi
São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas. Esses Pretos-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo. Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc… São verdadeiros químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior “químico” - Oxossi.

Pretos-Velhos De Nanã
São raros, sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada. Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.
Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça. Costumam se afastar dos médiuns que consideram de “moral fraca”. Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada.
É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.
São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso karma, pois isso sem dúvida é a sua função. Atuam também como os de Inhasã e Obaluaiê, conduzindo Eguns.

Pretos-Velhos De Obaluaiê
São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.
Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando, no entanto, de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar.
Devido à elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento.
Como trabalha para Obaluaiê, e este é o “dono das almas”, esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos.
Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual.
Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado. Para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos. Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.

Pretos-Velhos De Yemanjá
São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga. Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.
Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as mulheres que desejam engravidar. Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.

Pretos-Velhos De Oxalá
São bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos. Raramente dão consulta, sua maior especialidade é dirigir e instruir os demais Pretos-Velhos. Cobram bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom corpontamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios, humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.

(Fonte: Sociedade Espiritualista Mata Virgem)

 
Alguns Pretos-Velhos conhecidos:
Pai Cambinda (ou Cambina)
Pai Roberto, Pai Cipriano e Mestre Luiz
Pai João D'Angola (também de Minas)
Pai Congo
Pai José D'Angola
Pai Benguela
Pai Jerônimo
Pai Francisco
Pai Guiné
Pai Joaquim (também da Costa)
Pai Antônio
Pai Serafim
Pai Firmino D'Angola
Pai Serapião
Pai Fabrício das Almas
Pai Benedito (também de Guiné)
Pai Julião
Pai Jobim
Pai Jacó
Pai Serapião
Pai Caetano
Pai Tomaz
Pai Tomé
Pai Malaquias
Pai Jobá
Pai Dindó
Vovó Maria Conga
Vovó Manuela
Vovó Chica da Costa D'Africa
Vovó Cambinda (ou Cambina)
Vovó Ana
Vovó Maria Redonda
Vovó Catarina
Vovó Luiza
Vovó Rita do Cruzeiro das Almas
Vovó Gabriela
Vovó Quitéria
Vovó Mariana
Vovó Maria da Serra
Vovó Maria de Minas
Vovó Rosa da Bahia
Vovó Maria do Rosário
Vovó Benedita

Obs: O tratamento poderá ser substituído por Vovô ou Tio, por Tia.

OS BOIADEIROS
São espíritos de vaqueiros, posseiros, capatazes, cangaceiros e espíritos afins.
Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé.
Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções.
Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra.
Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para os diferenciarmos dos caboclos.
São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos.
Sua maior finalidade não é a consulta como os Preto-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos.
É de extrema importância essa função, pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).
Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar. Assim, "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações, já que a presença desses espíritos muitas vezes interfere nas consultas de médiuns conscientes.
Esses espíritos atendem a boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.
Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.
Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, a energia emanada pelo Orixá para quem trabalha é apenas um critério interno e obrigatório dentro do próprio "Ori" - pois na verdade todos são braços de Omulú.
Exemplificando essa idéia: Um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Oxossi, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo, no entanto, as características deles.
Dentro dessa linha, a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...
Dentre muitos Boiadeiros, citamos: Boiadeiro na Jurema, Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro e Boiadeiro do Chapadão, etc ...
Sua saudação: "Xetro Marrumbaxêtro", "Minakêto Navizála"

AS CRIANÇAS
As almas de crianças que comparecem nos Terreiros de Umbanda são criaturas infantis que desencarnaram em tenra idade. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade. Dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa.
As almas das Crianças desencarnadas e habitantes de planos astrais ligados à Umbanda estão em correlação direta com os princípios que regem o Orixá Ibeji de pureza e inocência, não tendo o seu caráter contaminado por hábitos ou vícios inferiores.
É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. Normalmente, as Crianças de Umbanda vêem acompanhadas de um Preto-Velho que tem a responsabilidade por seu comportamento durante as Giras. As festas em homenagem ao Orixá Ibeji são feitas com muita alegria, doces, comidas, bolos, brinquedos e brincadeiras.
É a única linha em que a comida de santo - Amalá, leva tempero especial - açúcar. É conhecido nos terreiros de Nação e Candomblé, como êres. Na representação nos pontos riscados, a Criança na Umbanda é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu.
Os pedidos feitos às Crianças nos rituais de Umbanda são uma tradição. As Crianças, na maioria das vezes, atendem aos pedidos feitos, tendo uma força muito grande no Plano Astral para que consigam, juntamente com as outras entidades da Umbanda que os consulentes tenham seus pedidos satisfeitos.
As Crianças não gostam de desmanchar demandas, nem de trabalhar nas desobsessões. Trabalham nas consultas, onde enquanto essa se desenrola trabalham modificando e equilibrando a vibração do consulente, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano.
Tais entidades demonstram em suas atitudes sua pureza, mas identificam as falhas e os vícios dos encarnados. Não se calam em suas consultas e, mesmo em sua estrutura infantil, têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos.

OS EXUS
Seu trabalho é dirigido, principalmente à defesa dos seus médiuns e a defesa do terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida sentimental e material. Exu é guardião, é caminho entre a luz e as trevas, e cobrador perante à Justiça cármica.
Costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos riscados, pembas brancas, pretas e vermelhas . Devido ao seu temperamento forte e alegre costumam atrair bastante os consulentes , principalmente porque quando falam que vão ajudar certamente o farão.

Os Exús nas sete linhas de Umbanda:
Linha de Ogum: Exu Tranca Ruas das Almas, Exu tranca Ruas de Embaré, Exu Tranca Ruas das Sete Encruzilhadas, Exu Veludo, Exu Sete Encruzilhadas, Exu sete Facas, Exu da Mangueira e outros.

Linha de Oxossi: Exu Marabô, Exu Tronqueira, Exu Mangueira e outros.

Linha de Xangô: Exu Marabô Toquinho, Exu Labareda, Exu do Lodo, Exu Pedra Negra e outros.

Linha de Yorimá: Exu Caveira, Exu Tata Caveira, Exu 7 covas, Exu Bananeira, Exu Mulambo, Exu 7 porteira e outros.

Linha de Oxalá: Exu Tiriri, Exu Veludinho, Exu Gira Mundo, Exu Sete Encruzilhadas e outros.

Linha de Yemanja: Todas as Pombagiras.

Linha de Yori: Todos os Exus mirins.
Nota: Em razão da complexidade da entidade Exu, esse site reserva um capítulo a parte relativo a esses guardiões da espiritualidade.

OS CIGANOS
São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, de espíritos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Têm, na sua origem, o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais. A presença dessas entidades é rara, mas quando chegam trazem com eles todos os mistérios da magia.
Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza.
Santa Sarah Kali é a orientadora do Povo Cigano nos trabalhos espirituais, não ocorrendo qualquer sincretismo com outra religião, uma vez que sua função é de orientação.
Os Ciganos não trabalham a serviço de um Orixá específico por isso não são guardiões de um terreiro. Essa linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, onde o seu compromisso primeiro é com a caridade e não com nenhuma outra linha específica. Os Ciganos são protetores e não guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de Exu; porém sem função de chefia e de guarda. Já os Exus Ciganos e Pombo Giras Ciganas são exus e pombo giras como outros quaisquer exercendo todas as funções que qualquer exu e pombo gira exercem. Em resumo: cigano é uma coisa, exu cigano é outra. Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana.
Encontramos falanges diversas chefiadas por Ciganos diversos, em planos de atuação diversos. Dentre os mais conhecidos, podemos citar os Ciganos Pablo,Wlademir, Ramires, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor,Vitor e tanto outros, e, da mesma forma, as Ciganas como Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmensita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaria, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Liarin, Sarita e muitas outras também.
Para a falange de Ciganos, se possível, deve ser mantido um altar separado do altar geral, o que não quer dizer que não se possa cultuá-lo no altar normal. Esse altar deve manter imagens, o incenso apropriado, uma taça com água e outra com vinho, mantendo a pedra da cor de preferência do Cigano em um suporte de alumínio.

MARINHEIROS
Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e Oxum (povo d'áqua) e sua mensagem é de esperança e força, numa alusão de que devemos desbravar o mundo exterior e o desconhecido dentro de nós, lutando para mantermos a fé e a confiança.
São chefiados por uma entidade conhecida por Tarimá. São espíritos de pessoas que em vida foram marinheiros. São muito brincalhões, o plano espiritual superior os evoca para descarga pesada do templo, desta forma a eles podemos pedir coisas simples, eles não são muito dados a falar ou dar consultas.
Seu trabalho é realizado em descarregos, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver demandas. Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertarmos de nossos entraves.
A descarga de um terreiro uma vez efetuada será enviada ao fundo mar com todos os fluidos nocivos que dela provem. Os marinheiros são destruidores de feitiços, cortam ou anulam todo mal e embaraço que possa estar dentro de um templo, ou ainda, próximo aos seus freqüentadores.
Nunca andam sozinhos, quando em guerra unem-se em legiões, fazendo valer o principio de que a união faz a força, o que os torna imbatíveis nesse sentido. Alguns representantes mais conhecidos: Maria do Cais, Chico do Mar, Zé Pescador, Seu Marinheiro Japonês, Seu Iriande, Seu Gererê e Seu Martim Pescador.

EXU-MIRIM
É mais uma falange trabalhando junto com Exu e Pomba-gira para a proteção e sustentação dos trabalhos das casas de Umbanda, realizando trabalhos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Também chamado de Criança de Encruzo, no caso masculino e, de Pombagira-menina, em sua manifestação feminina.
Pode-se dizer que os Exus e Pomba giras estão para os Exus-Mirins como os Preto-velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião. Têm como qualidade sua irreverência e com seu jeito travesso, resolvem mal-entendidos e desmancham feitiços, abrindo caminhos. São espíritos de muita força e graduação, mas sempre atendendo aos Orixás Maiores, que irão dar a ordem de bloquear a vida da pessoa e dar um basta nos erros que está cometendo. Assim como os Exus e Pomba-Giras, são portadores dos mistérios dos Orixás.
A criança de Encruzo ou Exu-Mirim atua como elemento regressor para o espírito em desequilíbrio, assim como Exu atua como elemento vitalizador.
Atuam nas diversas linhas da Umbanda, carregando nomes análogos ao dos Exus, conforme a linha em que atuam, como por exemplo, Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha (calunga), Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta (fogo), Lodinho, Ondinha, Prainha (água), entre muitos e muitos outros.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura