domingo, 27 de dezembro de 2009

Cantando Para Boiadeiros

Começa abaixo cantos para boiadeiros e são destinados aqueles boiadeiros cultuados no Estado do Pará. quando me refiro a Estado do Pará, me refiro aos cultuados dentros das casas de Umbanda das quais pesquisamos as cantigas, ou seja, podem diferir de outras regiões mas a mensagem que realmente queremos passar aqui é de conhecimento, amor, paz, acima de tudo trocar informações, em hipótese alguma queremos entrar em discursão do tipo a quem pertence ou não cada canto. Vale ressaltar também, que os cantos irão estar destinados a um determinado caboclo boiadeiro, mas para quem conhece o Pará e as cantigas sabe que a maioria delas serve para uma determinada linhagem, isto é, basta trocar o nome do boiadeiro na hora de cantar e tudo fica animado e firme de força e fé. Espero que tenham entendido minha mensagem.

I
Aê Codó terra querida, aê codó...
Aê codó de minha vida, aê codó...
Chegou agora do codó, aê codó...
Ele(ela) não vem falando só, aê codó...

Aê codó terra de Umbanda, aê codó...
Aê codó vence demanda, aê codó
Chego agora do codó, aê codó
Eles não vem falando só, aê codó...

Aê codó, aê codó, vem da mata do codó
Aê codó, aê codó, vem da mata do codó

Oh que mata bunita é do codó
Oh que mata bunita é do codó...

II
Mearim, mearim, mearim codó
Mearim, mearim, mearim codó.
Codó não é Mearim, Mearim não é codó.

III
Veio de longe só pra lhe ver...
Veio de longe, vem da mata do Codó
Ele(ela) se chama Seu Manezinho(...), a ele é filho de José Légua Boji...
Boji, Boa, Boji, Boa.

IV
Lá no oriente, no oriente uma estrela brilhou
Foi lá no codó, que a familia de légua raiouooô
Ele é neto de Pedro Angaço, filho de Légua Boji
Na canoa de seu pai, ele viu a estrela brilhar, ele viu a estrela brilhar(bis)

V
Se eu nascesse no Pará
Eu era paraense
Se nascesse no Ceará
Eu era cearense
Mais na nasci no Maranhão
Sou eu Caboclo Maranhense

VI
Boiadeiro cadê sua boiada
Boiadeiro cadê sua boiada
Minha boiada ficou em Belém
Chapéu de couro ficou lá também
sem minha boiada ele não é ninguém.

VII
É boiadeiro, é boiadeiro
É da sua boiada
É boiadeiro, capamgueiro, feiticeiro
Ele é boiadeiro ele é camarada

VIII
Vou vender minha boiada por 50 tustão
Vou comprar uma viola para meu bem fazer canção
Viola meu bem, viola.

IX
Familia de Légua tá toda na eira
Familia de Légua tá toda na eira
Tomando cachaça, quabrando barreira

X
Você diz que não se assusta,
Você diz que não tem medo
Meu pai Légua faz visagem lá no tabuleiro
Lá no tabuleiro
Lá no Tabuleiro
Meu pai Légua faz visagem lá no tabuleiro.

XI
Povo de Légua...
Faz cachaça numa semana para beber (bis)
Segunda ele planta cana
Na Terça Cana nasceu
Na Quarta Cana cresceu
Na Quinta eu corto a cana
Na Sexta vou amaçar
No Sábado para destilar
No Domingo já tem cachaça na cuia para beber
Povo de Légua vamos beber.(bis)

XII
Maranhão é terra de macumba(bis)
Eu deixei macumba lá
Vim baiar neste congar(bis)

XIII
Queria ser vaqueiro na porteira do curral
Minha vara de ferrão
Minha corda para laçar...
Laçar boi, boiada(bis)

XIV
Codó aê codó, terra de mouro
Onde seu pai nasceu
Codó aê Codó
José Pretinho filho de Légua Boji, Aê codó...

XV
Vai dizer o seu nome para saber lhe tratar
É Zé Pretinho Boji,
Filho de Légua Boá

XVI
Acende uma vela na porta
Tu não vai eu vou só
Eu tô esperando, boiadeiro do Codó

XVII
Touro e cavalo brabo ele amansa(bis)
Ele não tem medo - Da onça(bis)
Ele não tem medo
Ele saiu da mata, de manhã bem sedo
Touro e cavalo brabo, ele faz é brinquedo.

XVIII
Ele veio no clarão da lua, veio montado em seu alazão
É boiadeiro, José Pretinho ele não é feiticeiro não(bis)

XIX
Zé Pretinho é caboclo faceiro(bis)
Só anda montado no morro de areia
Só anda montado em cavalo alheia
Zé pretinho ele é preto nego(bis)
Só anda montado, no morro de areia
Só anda montado em cavalo alheia

XX
Ele vai deixar esta vida de vaqueiro
Porque esta vida só lhe dá muito trabalho
Ele procurou, na campina, procurou
Na malhada não encontrou, a beleza do seu gado
Ele vai deixar esta vida de vaqueiro
Porque se sente um vaqueiro apaixonado
Ele laçou boi, na malhada laçou boi
Na boiada só encontrou a beleza do seu gado.

XXI
Carrega seu facão
Mas não é por desaforo
Aonde mata o boi
Lá mesmo ele tira o couro

XXII
Boiadeiro novo
Boiadeiro camarada
Veio de longe para lhe abençoar
Ele se chama, José Pretinho
Ele é filho de José Légua Boa

XXIII
Boiadeiro que é boiadeiro
anda de laço na mão
Boiadeiro que é boiadeiro
Tem seu valo alazão

XXIV
Ele é fazendeiro(bis)
E a marca do seu ferro
Ora é ruin, ora é ruin
Seu gado se sumiu
Ora se sumiu, desapareceu
Pergunta a Légua se não seu gado por ai(bis)

XXV
Lá na mata do codó
Por de trás de um pé de arueira
Eu via vulto passar, eu via vulto correr
Era Zé Raimundo que vinha pro Pará

XXVI
Já baiou, já baiou
Vai embora pro Maranhão(bis)
Vai levar sua boiada
Pra passar no boqueirão

XXVII
Daqui para sua casa são sete léguas,
Por mar ou por terra São Sete léguas,

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ

6 comentários:

Anônimo disse...

muito bom!!!moro em manaus,sou do pará e gosto muitode camtar para faqueiro.

Anônimo disse...

Gostei muito!

Anônimo disse...

muito bom,adorei!

Anônimo disse...

Tenho 14 anos, sou de terreiro e adoro boiadeiros

Anônimo disse...

Tenho 14 anos, sou de terreiro e adoro boiadeiros

Anônimo disse...

Tenho muita fé no boiadeiro Ze Raimundo..